Chá de erva-doce: benefícios, para que serve e como fazer

A erva-doce (Pimpinella anisum), conhecida também como anis-verde, anis ou pimpinela-branca, é uma planta medicinal popularmente consumida como chá depois das refeições, para melhorar a digestão, possuindo também propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. A parte utilizada para fazer a bebida são as sementes secas, as quais têm coloração amarelada, sabor adocicado e aroma intenso. É uma bebida rica em flavonoides, ácido málico e cafeico, compostos bioativos com propriedades digestivas, laxativas e contra gases (carminativas e espasmolíticas).

Benefícios

Chá de erva-doce — Foto: Istock Getty Images

De acordo com a nutricionista Renata Buzzini, o chá de erva-doce, além dos compostos bioativos, contém grande quantidade de vitamina C e antioxidantes, agentes que protegem o corpo contra a ação nociva de radicais livres, podendo aumentar a imunidade. Por tudo isso, tem benefícios importantes para a saúde, sendo indicado para:

  1. Aliviar gases;
  2. Melhorar náuseas;
  3. Tratar prisão de ventre;
  4. Amenizar cólicas;
  5. Combater má digestão;
  6. Fortalecer o sistema imunológico;
  7. Aliviar dores de cabeça;
  8. Ter um efeito ansiolítico, calmante.

Segundo Renata Buzzini, uma das principais substâncias da erva-doce, o anetol, tem ação antiespasmódica, ou seja, promove o relaxamento da musculatura lisa, melhorando a digestão, diminuindo os movimentos peristálticos do intestino (que produzem os gases) e, por isso, reduz consideravelmente problemas gastrointestinais leves, distensão abdominal, cólicas e flatulência, podendo também ajudar nos quadros de cólicas menstruais.

– Também há indícios de que esse anetol, associado com os flavonoides (presentes na erva-doce), possui efeito estrogênico, aliviando os sintomas da menopausa, como ondas de calor, dor de cabeça e dificuldades para dormir. O anetol também impede a ação da dopamina, um neurotransmissor que está relacionado com as crises de enxaqueca, além de possuir ação anti-inflamatória, ajudando no tratamento da enxaqueca. Ainda sobre essa temática, o óleo essencial da erva-doce contém estragol, eugenol e linalol, compostos com propriedades analgésicas que agem no sistema nervoso central, ajudando a aliviar a dor de cabeça – explica a nutricionista.

Além das melhoras físicas, a erva-doce é capaz de ajudar nos sintomas psicológicos. Estudos realizados em animais apontam um potencial efeito ansiolítico e antidepressivo, hipótese esta que provavelmente tem relação com a ação de substâncias da composição e a presença de magnésio, que geram esse efeito calmante. Potencializando essa ajuda para nosso organismo, há o ácido málico, que contribui para a melhora da acidez do estômago, favorecendo a digestão, combatendo náuseas e úlceras gástricas e ainda ajudando na melhor absorção de nutrientes.

– O alívio na retenção de líquido também acontece devido à presença de potássio, melhorando os inchaços. Dois compostos bioativos presentes são o eugenol e linalol, com ações antioxidantes, antivirais, anti-inflamatórias e antibacterianas, fortalecendo o sistema imunológico, combatendo bactérias, fungos e vírus e ajudando no tratamento de tosse, gripe e alergia – aponta Buzzini.

– Como sempre enfatizo, os resultados vêm de ações contínuas, e não pelos exageros, então, faça o consumo deste chá apenas quando houver necessidade, sendo que a recomendação é de infusão na água de 1 grama (1 colher de sopa rasa) a 3,5 gramas (2 colheres de sopa cheias) de erva-doce, até três vezes no dia – orienta a nutricionista.

Já em relação ao consumo, ele pode ser feito após as refeições, para auxiliar nos problemas gastrointestinais, ou a qualquer momento do dia, desde que tenha um intervalo de algumas horas entre as três doses máximas diárias, para os demais benefícios.

Em relação às contraindicações, Renata Buzzini explica que, quando o chá de erva-doce é consumido em excesso, pode causar alguns sintomas, como náuseas, sonolência, vômitos e reações alérgicas respiratórias ou na pele.

Contraindicações:

  • A erva-doce possui cumarina, substância conhecida por seu efeito anticoagulante, por isso não é indicada para pessoas que fazem uso de medicamentos com a mesma ação;
  • Para pessoas com alergia ao anis ou ao composto anetol;
  • Para mulheres grávidas ou que amamentam;
  • Para crianças menores de 12 anos;
  • Para quem faz suplementação com ferro, pois pode atrapalhar a absorção deste mineral;
  • Mulheres com câncer de mama devem ingerir sob orientação, pois pode influenciar no tratamento do tumor.

Receita de chá de erva-doce

Ingredientes:

  • 150 a 200 ml de água;
  • 1 a 2 colheres de sopa de sementes secas de erva-doce.

Modo de preparo:

  1. Ferva a água;
  2. Despeje a água fervente (150 a 200ml) sobre a erva-doce (de 1 a 2 colheres de sopa) em uma xícara;
  3. Tampe por cerca de 10 minutos para não haver perda de óleo essencial;
  4. Sirva.

Observações:

  1. Não se deve deixar a planta fervendo na água;
  2. Consuma o chá em seguida para aproveitar 100% de seus benefícios.

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