Saiba qual é a importância de desenvolver a resiliência emocional

No mês de setembro, as pessoas focam em práticas de cuidados com prevenção ao suicídio. Rodrigo de Aquino, especialista em psicologia positiva, partilha que a resiliência emocional pode ser um ponto crucial neste processo.

A resiliência emocional não é apenas a capacidade de “aguentar firme” durante tempos difíceis; é a habilidade de se adaptar, aprender e crescer com as adversidades, aponta o especialista. Ela permite transformar desafios em oportunidades. É a chave para manter uma mente saudável e positiva, mesmo quando se enfrentam situações aparentemente insuperáveis.

Aquino explica que cultivar a resiliência emocional no dia a dia ajuda a desenvolver a prática da autocompaixão e do pensamento positivo.

Mas de que forma a resiliência pode ajudar nas relações interpessoais? “Relações autênticas promovem a resiliência e habilidades para a felicidade. Em tempos desafiadores, uma rede de apoio ajuda a cultivar otimismo realista e a lidar com crises de forma menos prejudicial. Os afetos positivos amortecem o impacto de dificuldades emocionais, mas a falta de esperança pode ser multifatorial, exigindo ajuda profissional quando ligada a relacionamentos. Respeitar a individualidade de cada pessoa e sua capacidade de enfrentar desafios é fundamental, reconhecendo que a resiliência varia conforme a história e o momento de vida de cada um”, destaca.

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E quais tipos de práticas é preciso ter em tempo difíceis? “A Psicologia Positiva estuda a qualidade de vida e busca intervenções para melhorar o bem-estar e lidar com desafios comuns. Práticas como otimismo realista, meditação e flexibilidade mental ajudam a promover o crescimento pessoal. Consciente de que não há solução mágica, a Psicologia Positiva oferece ferramentas para enfrentar os obstáculos, promovendo neuroplasticidade e uma nova perspectiva diante dos traumas, incentivando o crescimento e o florescimento pessoal”, frisa.

“O principal comportamento para desenvolver a resiliência é o autoconhecimento, identificando o que é tolerável e possível de sustentar ou não. Sem comparações, é importante saber o que é possível carregar, já que é fácil confundir saber ‘lidar com pressões’ com ‘lidar com abusos’. Depois, deixe aflorar seus talentos e qualidades. Quando deixamos de nos encaixotar e damos voz ao nosso propósito ou nosso jeito único e genial de ser, encontramos respostas inusitadas para questões que nos atormentam há anos. No meio de tudo isso, é fundamental lembrar que felicidade não é um ponto fixo e que a encontramos no processo, na jornada, durante a caminhada. Pegue leve, deixe de se cobrar a perfeição e dedique-se a fazer o seu melhor, dentro das condições apresentadas, sejam elas internas e externas, lidando como consegue, com as intempéries que a vida lhe apresenta”, detalha..

Como cultivar e manter a resiliência mesmo diante da desesperança? 

“• Desenvolva novos hábitos, admirando a natureza, assistindo filmes inspiradores e lendo livros que nutrem idéias positivas e amorosas sobre a vida.

• Pratique meditação, aquiete a mente e faça isso de forma paulatina. Crie o hábito de se conectar consigo. Na primeira semana, faça isso por 1 minuto ao acordar, inspirando e expirando calmamente. Na segunda semana,  faça a mesma coisa ao acordar e antes de dormir. Se preferir, aprimore essa prática acessando sites e vídeos na internet com meditações guiadas.

• Crie um diário. Numa página crie uma lixeira, desabafando suas crises, medos, ansiedades e tristezas. Dê nome e batize todos os seus sentimentos. Na outra página, escreva as coisas boas que ocorreram no dia, faça o exercício de identificar o que suas experiências trouxeram de aprendizado e como você pode usá-los no futuro.

• Entre em contato com amigos e familiares, marque um café ou um encontro. Alimente seus relacionamentos autênticos e expresse seus sentimentos.

• Descanse. Reveja sua agenda, seus compromissos e simplesmente, pare. O ócio é importante para minimizar os impactos que o estresse causa no corpo e na mente. Cuide da qualidade do seu sono.

• Permita-se entrar em flow, praticando atividades que lhe dão prazer. Desde leitura, jardinagem ou bordado, até atividades físicas ou artísticas.

• Busque um propósito maior para sua existência, identifique como pode aplicar seu jeito “único de ser” no trabalho, em casa ou para a sociedade. Práticas religiosas, mesmo aquelas diferentes do seu “berço”, ajudam a se conectar com sua essência, valor e importância no mundo.

• Se mesmo assim, ainda houver algo lhe incomodando, procure ajuda médica ou entre em contato com o CVV, Centro de Valorização da Vida, através do número 188 ou acesse o chat (https://www.cvv.org.br/chat). 

Para ser mais feliz, acredite! Você é um ser único e fundamental para a engrenagem do mundo”.

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