O site argentino segue divulgando notícias falsas sobre eleições no Brasil

O portal argentino “La Derecha Diário” continua divulgando fake news sobre as eleições brasileiras por meio de seu perfil no Twitter — onde conta com mais de 254.500 seguidores, incluindo o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) — seu site e outras redes sociais.

Segundo o jornal O Globo, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu bloquear contas do portal no YouTube, Twitch, Instagram (acesso bloqueado para usuários no Brasil) e Twitter português. No momento da publicação deste relatório, essas contas estavam offline. No entanto, o perfil do Twitter do “La Derecha Diário” em espanhol continua funcionando, assim como o site do portal. Em postagem no Twitter, o perfil segue promovendo manifestações golpistas e pede uma “auditoria de eleições pelas Forças Armadas” no Brasil após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Bolsonaro. Ontem, o perfil escreveu que o TSE “censurou a segunda auditoria do #BrasilFoiRoubado na live do YouTube, excluindo o vídeo em plena transmissão”, quando o portal tentou fazer outra live sobre o assunto, também suspensa por decisão do tribunal.

O portal também continua a distribuir o vídeo da transmissão ao vivo da última sexta-feira (4), publicado na plataforma de compartilhamento de vídeos Rumble, já que a gravação originalmente veiculada no YouTube não está disponível devido à suspensão da conta pela Justiça Eleitoral. O site também publica uma matéria em texto com dados de um dossiê apócrifo sobre suposta fraude nas eleições brasileiras, baseado na transmissão desta sexta-feira, chamando o ministro e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, de “esquerdista”. Mais de 4.500 pessoas curtiram o tweet em espanhol da publicação e foi retuitado por quase 2.000 usuários. O conteúdo está repleto de informações falsas e desde a semana passada os aliados do presidente o utilizam para lançar dúvidas sobre o resultado da eleição.

A apresentação da documentação foi divulgada pelo canal La Derecha Diário, que é dirigido por Fernando Cerimedo. Ele assumiu a responsabilidade de apresentar informações falsas ao público. Cerimedo é apoiador da família do presidente Bolsonaro e, no dia 13 de outubro, pouco antes do segundo turno da eleição, recebeu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em Buenos Aires. Também neste domingo, o Twitter do portal compartilhou um vídeo em que o ex-presidente do TSE Luís Roberto Barroso diz que “eleições não são vencidas, mas realizadas”. Em 2021, o UOL Confere mostrou que o discurso foi descontextualizado pelos bolsonaristas. O próprio TSE também fez uma nota explicativa para explicar o contexto da sentença, que se referia a eleições realizadas diante de urnas eletrônicas e registros de fraudes.

O perfil também compartilha a suspensão das contas de outros bolsonaristas, como o caso do deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL-MG), cuja conta no Twitter (@nikolas_dm) foi suspensa pela plataforma na sexta-feira (4). No Instagram, um jovem compartilhou um print da rede social informando sobre a suspensão porque a conta foi alvo de uma ordem judicial em um processo que tramita no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e criticou a Justiça Eleitoral. Bolsonarista acredita que a conta foi suspensa por compartilhar a transmissão ao vivo do “La Derecha Diário”.

Há dois dias, o site criou uma conta de backup para divulgar informações falsas em português depois que o perfil foi banido para acesso no Brasil. O perfil tem mais de 60.900 seguidores. Eles já repostaram o vídeo retirado do contexto por Barros na plataforma.

Bolsonaristas

O perfil também compartilha a suspensão das contas de outros bolsonaristas, como o caso do deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL-MG), cuja conta no Twitter (@nikolas_dm) foi suspensa pela plataforma na sexta-feira (4). No Instagram, um jovem compartilhou um print da rede social informando sobre a suspensão porque a conta foi alvo de uma ordem judicial em um processo que tramita no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e criticou a Justiça Eleitoral. Bolsonarista acredita que a conta foi suspensa por compartilhar a transmissão ao vivo do “La Derecha Diário”.

Há dois dias, o site criou uma conta de backup para divulgar informações falsas em português depois que o perfil foi banido para acesso no Brasil. O perfil tem mais de 60.900 seguidores. Eles já repostaram o vídeo retirado do contexto por Barros na plataforma.

Live que distorce informações sobre urnas foi assistida por 415 mil pessoas

Uma transmissão ao vivo nesta sexta-feira (4) por um canal argentino publicou um arquivo apócrifo sobre suposta fraude nas eleições brasileiras. Em entrevista concedida ao site Notícias, publicada em 27 de outubro, Cerimedo disse que é amigo de Eduardo Bolsonaro desde 2010, quando se conheceram nos Estados Unidos. Na entrevista, o argentino é apresentado como “assessor do pai de Bolsonaro no Brasil”.

Cerimedo afirma no vídeo que recebeu o documento do Brasil, mas que não tem nada a ver com a campanha do presidente Jair Bolsonaro ou seu governo. Ele diz ainda que a transmissão foi feita da Argentina porque o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considera crime colocar em dúvida as urnas eletrônicas.

Eduardo já concedeu várias entrevistas a representantes do canal. No Twitter, a principal publicação é a Cerimeda, cuja conta foi suspensa após a transmissão ao vivo, criticando a esquerda e compartilhando uma foto de Jair Bolsonaro segurando uma bandeira com o nome do canal argentino.

A Live teve mais de 415 mil visualizações simultâneas. Pouco depois, quando os internautas condenaram o conteúdo por informações falsas, o próprio canal o marcou como privado, impedindo o acesso geral à gravação. Apesar das restrições, o vídeo foi retirado do ar e está circulando em grupos de Bolsonaro, mesmo depois que o canal foi retirado do ar.

O que diz o TSE

Leia a seguir a íntegra da nota do tribunal sobre a live de Cerimedo.

“Não é verdade que os modelos anteriores das urnas eletrônicas não passaram por procedimentos de auditoria e fiscalização. Os equipamentos antigos já estão em uso desde 2010 (para as urnas modelo 2009 e 2010) e todos foram utilizadas nas Eleições 2018. Nesse período, esses modelos de urna já foram submetidos a diversas análises e auditorias, tais como a Auditoria Especial do PSDB em 2015 e cinco edições do Teste Público de Segurança (2012, 2016, 2017, 2019 e 2021).

Os resultados de todas as edições do TPS estão disponíveis para consulta no endereço abaixo: https://www.justicaeleitoral.jus.br/tps/#resultados

As urnas eletrônicas modelo 2020 que ainda não estavam prontas no período de realização do TPS 2021 foram testadas pelo Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EP-USP), além de ter o conjunto de softwares avaliado também pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Nas três avaliações, não foi encontrada nenhuma fragilidade ou mesmo indício de vulnerabilidade. O software em uso nos equipamentos antigos é o mesmo empregado nos equipamentos mais novos (UE2020), cujo sistema foi amplamente aberto para auditoria dentro e fora do TSE desde 2021. O relatório elaborado pela instituição pode ser encontrado no seguinte link:

https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2022/Agosto/universidades-validam-nova-urna-e-codigos-fonte-dos-sistemas-eleitorais-357621

Por fim, ressalta-se que todas as urnas são auditadas e ela é um hardware, ou seja, é um aparelho. O que importa é o que roda dentro dela, ou seja, o programa, que ficou aberto por um ano para todas as entidades fiscalizadoras. O software da urna é único em todos os modelos, tendo sido divulgado, lacrado e assinado.”

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