Maria do Rosário divulga fake news sobre preço da picanha

A deputada federal Maria do Rosário divulgou uma notícia falsa sobre o preço da picanha.                    

Um vídeo postado no perfil do Twitter da política gaúcha no último dia 19 mostra cortes de picanha sendo vendidos a R$ 34,99 o quilo na rede Garcia Supermercados, de Blumenau (SC).                    

“Sabe o que é isso aqui? Eu fiz o L”, diz o autor da gravação, comemorando a suposta redução do preço da picanha e fazendo referência à vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).                    

Entretanto, o corte que aparece no vídeo é uma peça de picanha fatiada, ou seja, uma mistura da picanha real com o coxão duro, parte menos nobre do boi, menos macia e com mais fibras.

O corte é considerado menos nobre e, por isso, sempre teve um preço menor do que a picanha, que é vendida por um valor mais do que dobro.                    

No site do supermercado o preço da picanha é indicado em R$ 89,90 por kg. Mas pode variar de R$ 60 até R$ 350, caso seja uma versão premium ou importada.                    

Os próprios usuários do Twitter apontaram a notícia falsa republicada pela parlamentar. Por outro lado, nenhuma “agência de checagem de informações” se manifestou para classificar a notícia como fake news.                    

Rede de fake news sobre picanha divulgada por apoiadores do governo

Maria do Rosário não é a única política ou apoiadora do governo Lula a divulgar notícias falsas sobre a suposta redução do preço da picanha.

No dia seguinte a postagem da política, o Superintendente Federal da Pesca e Aquicultura Caue Castro, também publicou uma notícia falsa sobre o corte da carne bovina.                    

Assim como no caso de Rosário, a carne mostrada na foto é uma mistura com coxão duro. Castro foi desmentido diretamente na rede social pelos outros usuários.                    

Preço da picanha subiu no mês passado

Ao contrário do que mostrado por Rosário, em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou como o preço da picanha aumentou 1,12%.                    

No acumulado dos últimos 12 meses – ou seja, comparando o preço com julho de 2022, antes da vitória de Lula nas eleições de novembro – o preço da picanha recuou 4,94%.                    

Todavia, a queda do preço da picanha foi provocada pelo embargo da China em relação a carne brasileira, que acabou impactando nos preços. Além disso, a ração animal que ficou mais barata e a desaceleração da demanda provocada pela alta dos juros, cujo nível é decidido pelo Banco Central do Brasil (BCB), e não pelo governo federal.

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