Lula já fez mais pela Amazônia do que Bolsonaro em 4 anos

Eleito há uma semana, Lula já fez mais pela Amazônia do que Bolsonaro em 4 anos

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda nem começou, mas as consequências ambientais de sua eleição já começam a aparecer. Durante a campanha, o PT já se comprometeu a reverter a eliminação da política ambiental promovida pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

A semana após o resultado das eleições foi marcada por sinais positivos dos países parceiros na proteção ambiental. Também houve manifestações de organizações indígenas e ONGs que trabalham para preservar a Amazônia. As entidades preveem uma virada positiva no combate ao desmatamento, mas prometem exigir ações efetivas do novo governo.

Do ponto de vista prático, o principal efeito dos resultados da pesquisa é a reativação do Fundo Amazônia, a maior política financeira de proteção ambiental do mundo. R$ 3,2 bilhões ainda estão pendentes do governo, que quer investir na conservação do bioma. Os projetos incluem regularização da propriedade rural, melhoria do monitoramento por satélite, combate a incêndios e estímulo à economia sustentável. O dinheiro financia projetos realizados por ONGs, governos locais e estaduais e órgãos federais como Funai e Ibama.

Agora, tudo indica que o fundo Amazônia voltará a receber recursos. Um dia após a vitória de Lula, a Noruega, maior doadora do fundo, disse que reativaria as transferências. No dia seguinte, foi a vez da Alemanha indicar que deve liberar recursos a partir de 2023. O país, único financiador da iniciativa, está preocupado com o papel dos incêndios no agravamento da crise climática.

O Fundo Amazônia foi sabotado em 2019 pelo então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que eliminou os comitês gestores responsáveis por definir a destinação dos recursos. O governo Bolsonaro queria um passe livre para usar o dinheiro para indenizar proprietários de terras em unidades de conservação, mas os países financiadores discordaram.

“Antes de Bolsonaro, trabalhávamos muito bem e de perto com o governo, e o desmatamento no Brasil diminuiu muito na presidência de Lula. Depois ficamos cara a cara com Bolsonaro, cuja abordagem era diametralmente oposta ao desmatamento”, explicou o ministro. Agência Ambiental Norueguesa, Espen Barth Eide.

Mais de R$ 3 bilhões já depositados no fundo Amazônia poderão ser liberados em 2022 se o governo Bolsonaro cumprir a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) emitida nesta quinta-feira (3). Os ministros aprovaram por 10 a 1 a ação proposta pelos partidos no campo democrático e determinaram que o governo federal reative o fundo em 60 dias. Apenas o ministro Kássio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro, divergiu do teor da ação, que considera o governo de Bolsonaro negligenciado pelo atraso de recursos.

“É muito bom que o judiciário tenha determinado a recomposição das comissões, mas esse é apenas um dos pilares. Não basta, porque precisamos limitar o desmatamento. Mas esse governo está acabando, espero que o próximo volte aos princípios originais”, disse Carlos Minc, então Ministro do Meio Ambiente em 2008, quando o fundo foi lançado.

O entusiasmo pela vitória de Lula também apareceu em manifestações de organizações indígenas. “Vamos reconstruir o Brasil!”, tuitou a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que apoiou formalmente o candidato do PT. Na linha de frente da proteção ambiental, os indígenas pagaram com a vida para retirar as políticas ambientais do governo Bolsonaro.

 A Apib possui centenas de organizações indígenas regionais e locais espalhadas por todo o território brasileiro. Esse apoio deu a Lula a legitimidade para representar as aspirações de mais de 1 milhão de indígenas em todo o Brasil. Durante a campanha, o PT prometeu criar um ministério dos povos indígenas, e um dos candidatos será a primeira deputada do estado indígena eleita por São Paulo, Sônia Guajajara (Psol), coordenadora executiva da Apib.

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