'Lava jato' negociava com jornalistas para 'descer a lenha' em Lula

Nos últimos anos, o Brasil tem sido palco de um dos maiores escândalos políticos e jurídicos de sua história: a Operação Lava Jato. Iniciada em 2014, a operação tinha como objetivo investigar um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras e grandes empreiteiras do país. No entanto, conforme novas informações vêm à tona, fica cada vez mais claro que a Lava Jato foi muito além disso, envolvendo também a manipulação da mídia e a perseguição política.

Recentemente, o site The Intercept Brasil divulgou uma série de conversas vazadas entre o então juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, principais figuras da Lava Jato. Essas conversas revelaram uma série de irregularidades e provas de que a operação tinha um viés político e não apenas técnico, como sempre foi afirmado. Entre as revelações mais chocantes, está a negociação de informações sigilosas com jornalistas para prejudicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com as mensagens, Moro e Dallagnol discutiam estratégias para influenciar a opinião pública e criar um clima favorável à condenação de Lula. Eles negociavam com jornalistas, vazando informações seletivamente e combinando entrevistas exclusivas, tudo com o objetivo de “descer a lenha” no ex-presidente. Essa postura claramente parcial e antiética mostra que a Lava Jato não tinha como objetivo principal combater a corrupção, mas sim atingir determinados políticos e partidos.

Essa descoberta é extremamente preocupante, pois revela uma clara violação dos princípios básicos do Estado de Direito. O juiz, como figura imparcial e guardião da lei, deveria agir de forma isenta, baseando suas decisões apenas nos fatos e nas provas apresentadas nos processos. No entanto, as conversas vazadas mostram que Moro tinha um interesse pessoal em condenar Lula e usava seu cargo para manipular o sistema judicial e a opinião pública.

Além disso, a manipulação da mídia também é uma grave violação da liberdade de imprensa. Os jornalistas, que têm o papel fundamental de informar a sociedade de forma imparcial, foram usados como instrumentos de perseguição política. Ao aceitarem negociar com os membros da Lava Jato, esses profissionais traíram a confiança do público e contribuíram para a disseminação de uma narrativa distorcida e tendenciosa.

Diante dessas revelações, é fundamental que sejam tomadas medidas para garantir a imparcialidade e a transparência do sistema judiciário brasileiro. É preciso investigar a fundo as irregularidades cometidas pela Lava Jato e punir os responsáveis por essas ações ilegais. Além disso, é necessário repensar a forma como a imprensa brasileira atua, reforçando a importância do jornalismo independente e combatendo a manipulação da informação.

A Lava Jato, que deveria ser um exemplo de combate à corrupção, acabou se tornando um símbolo da politização do sistema judiciário e da mídia. Essa crise de confiança só reforça a necessidade de uma reforma profunda em nossas instituições, a fim de garantir que os princípios democráticos sejam respeitados e que a justiça seja realmente justa. É importante lembrar que a corrupção é um problema real e grave no Brasil, que precisa ser combatido de forma efetiva. No entanto, isso não pode ser usado como desculpa para que sejam cometidas ilegalidades e abusos em nome da justiça. A luta contra a corrupção deve ser pautada pela ética, pela imparcialidade e pelo respeito aos direitos fundamentais.

A revelação das conversas entre Moro e Dallagnol é um marco na história do país e deve servir como um alerta para todos nós. É preciso estar atento e exigir que nossas instituições ajam de forma transparente e ética, sem se curvarem a interesses políticos. Somente assim poderemos construir um Brasil mais justo e democrático, onde a lei seja igual para todos.

O trama  da lava jato

O dia 26 de novembro de 2018 foi um dia agitado para  o falecido promotor ‘Lava Jato’. Neste dia, o Departamento de Estado Federal criticou o  ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por  lavagem de dinheiro por parte de empresas da Guiné Equatorial. Em conversas obtidas por meio de uma “operação de arrasto” que deu acesso à revista eletrônica Consultor Jurídica, os Lavayatistas demonstraram afinidade com a imprensa. Indica que informações exclusivas foram repassadas ao “Jornal Nacional” da Rede Globo e divulga a notícia em outro veículo.   “O JN é ótimo!!! Mas de qualquer forma, foi bom ele ter provocado o Josias, a Mirama Leitão, etc. para participarem do caso.” A promotora Laura Tessler escreveu: Este relatório reproduz a conversa em sua forma original.

A promotoria combinou uma estratégia de envio de informações à Rede Globo e depois ao jornalista Josias de Souza, com uma estratégia de limitar a divulgação somente após a transmissão do Jornal Nacional. Na época, o advogado de Lula, Cristiano Janins (hoje ministro do Supremo Tribunal Federal), classificou a denúncia como um ataque ao Estado Democrático de Direito. Ele acrescentou: “Distorcer a lei e os factos, fabricar acusações e continuar a  perseguição política sem precedentes nos tribunais é outro golpe sério para o Estado de Direito”.   Alguns anos depois, o Terceiro Tribunal Territorial Federal  (TRF-3) bloqueou o processo criminal contra Lula, concluindo que não havia elementos mínimos que justificassem sua disposição.

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