Justiça manda soltar policiais militares envolvidos na morte do adolescente na Cidade de Deus

Roni Cordeiro de Lima, Diego Pereira Leal, Aslan Wagner Ribeiro de Faria e Silvio Gomes dos Santos poderão exercer funções administrativas

Menos de um mês depois da prisão dos quatro policiais militares, envolvidos na morte do adolescente Thiago Flausino, de 13 anos, durante uma operação policial, na Cidade de Deus, na Zona Oeste, a Justiça do Rio determinou a soltura dos réus. Roni Cordeiro de Lima, Diego Pereira Leal, Aslan Wagner Ribeiro de Faria e Silvio Gomes dos Santos deixaram a cadeia na última quinta-feira, dia 28. A determinação foi do juiz Leonardo Rodrigues da Silva Picanço da Auditoria Militar.

Na decisão, o magistrado determinou ainda a suspensão parcial do exercício de função pública, ou seja, os acusados não podem exercer atividade policial nas ruas, mas somente em funções administrativas. Além disso, os policiais terão que se apresentar mensalmente em juízo e estão proibidos de manter contato, direta ou indiretamente, com testemunhas e/ou qualquer pessoa relacionada aos processo. Os PMs também tiveram o porte de armas de fogos suspenso e não poderão se ausentar do Estado do Rio de Janeiro ou do país, sem autorização judicial. Os quatro tinham sido presos preventivamente no dia 6 de setembro. Segundo a denúncia do Ministério Público, os PMs cometeram o crime de fraude, pois forjaram a apresentação de uma pistola e munição, atribuídas ao adolescente.

Além deles, o capitão Diego Geraldo de Souza, que comandava a guarnição, também foi denunciado. Ele responde por prevaricação, fraude processual e omissão. Segundo a denúncia, Diego se omitiu diante do dever de vigilância sobre seus comandados, autorizando que eles atuassem de modo irregular na localidade, utilizando veículos e drones particulares durante a operação. O PM chegou a ser afastado das funções, mas o juiz Leonardo Rodrigues da Silva Picanço da Auditoria Militar autorizou que Diego seja escalado para exercer funções internas.

A soltura atendeu a um pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro, que foi favorável a suspensão da prisão preventiva. A investigação relativa ao homicídio propriamente dito, conduzida pela Promotoria de Justiça de Investigação Penal e pela Delegacia de Homicídio, segue em andamento. Thiago Flausino foi baleado três vezes. Um dos tiros o atingiu pelas costas, o outro atravessou as duas canelas do menino e o último perfurou uma das pernas. O adolescente estava em uma moto, acompanhado por um amigo, quando foi alvejado.

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