Carlos Andre
Um jovem, de 18 anos, ficou endividado após compulsão em apostas esportivas. A descoberta foi da sua mãe, quando um agiota interfonou para o apartamento onde moravam e disse que não sairia do local sem a quantia devida.
Segundo relatou ao Uol, o filho dela comprometeu todo orçamento da família com vários empréstimos e com mais de R$100 mil em dívidas. O acesso a economia da família se deu pela confiança da relação pais e filho. O garoto tinha acesso a todas as senhas do pai e da mãe e utilizava os cartões para realizar apostas.
A situação piorou no período da pandemia, quando o garoto descobriu que não seria efetivado. De acordo com os relatos da mãe, ele utilizou R$5 mil parados na conta poupança para entrar em um grupo pago no Telegram para ter dicas de apostas esportivas. Mas em 2020, a história começou a mudar.
O garoto apostou R$2.500 na partida entre Red Bull Bragantino e Flamengo, conseguiu ampliar sua banca para R$7 mil. Com dinheiro, passou a “investir” em apostas mais arriscadas como jogos online, mercados desconhecidos. A partir daí as dívidas começaram a aumentar.
A família chegou a internar o garoto por 30 dias, sem acesso a celular ou computador. O garoto foi mantido isolado do resto do mundo. Após a alta médica, ele passou a frequentar reuniões de Jogadores Anônimos. Hoje ele retornou ao emprego que tinha antes da internação e quitou parte da dívida. “Percebi que seu eu não parasse com isso, minha mãe não ia aguentar. Ela ia morrer”, disse ele ao Uol.
Apostas esportivas foram legalizadas no Brasil em 2018, com a Lei 13.756/2018. Porém, a prática ainda não foi regularizada.