Jovem de 20 anos é morta com 5 tiros após terminar relacionamento; mãe relata vida de perseguição e ameaças

 Jenifer Cristina dos Santos Moreira foi baleada na Zona Leste da capital paulista no dia 20 de outubro. Ela havia terminado relacionamento e tinha medida protetiva contra o ex; homem foi preso na sexta-feira (21) e confessou o crime.

Ameaças de morte com revólver, agressões, perseguição e mensagens constantes fizeram parte da rotina da jovem Jenifer Cristina dos Santos Moreira depois que terminou o relacionamento de dois anos com o ex-marido, segundo a mãe dela relatou.

Jenifer tinha 20 anos e foi morta pelo ex-companheiro com cinco tiros na Avenida Ragueb Chohfi, Zona Leste de São Paulo, na última quinta-feira (20). Ela esperava o transporte para ir trabalhar, quando foi surpreendida pelo ex.

Câmeras de segurança registraram o momento do assassinato. Jenifer chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Alessandre Garcia da Silva, de 35 anos, foi preso na última sexta-feira (21) e confessou o crime.

“No começo do relacionamento ele era normal, mas depois passou a ser agressivo com ela e todos. Vivia batendo na minha filha e ela tinha medo dele, por isso demorou para terminar o relacionamento. Ela não tinha vida e era um pesadelo”, conta a mãe, Débora Cristina Victor Santos.

Débora relata que quando Jenifer decidiu terminar o relacionamento, ela chegou a ser trancada dentro de casa por Alessandre e ameaçada com um revólver.

“Isso foi há cinco meses. Ela já estava querendo terminar o relacionamento, mas ele não estava aceitando. Então, ele a trancou na casa e tivemos que ir para lá. Ele estava com um revólver na cintura e até me ameaçou dizendo que ia atirar nas minhas costas. Não a deixava separar”.

“Depois disso, ela criou coragem e terminou de vez, que foi há três meses. Mas aí ele fez o terror, porque a seguia e mandava mensagens constantes”.

Medida protetiva

Após o término, Débora e a família incentivaram Jenifer a pedir medida protetiva. A Justiça concedeu, mas a mãe lamenta que não impediu que a jovem fosse assassinada.

“Uma semana antes nos deparamos com ele na frente da casa da minha mãe. Minha filha correu, pegou o papel da medida protetiva e chamou policiais militares que faziam ronda no bairro. Ele foi embora, mas infelizmente voltou para matar. Ia direto atrás dela mesmo com a protetiva”, ressalta.

Agora, o desejo de Débora é que consiga a guarda da neta de 9 meses, filha de Jenifer com Alessandre. “Quero cuidar dela e a proteger. Não quero que minha filha seja esquecida e a Justiça seja feita”

Desabafo com a tia

A tia de Jenifer, Aracelle Victor dos Santos, contou ao g1 que chegou a aconselhar a sobrinha a sair de São Paulo e se mudar para Minas Gerais para morar com ela e recomeçar a vida. Prints mostram a conversa que as duas tiveram uma semana antes do assassinato (leia abaixo).

“Nas outras vezes, quando ela me contou sobre as agressões, eu incentivei a denunciar na delegacia e ela foi, o que a fez ter a medida protetiva. Agora, ela disse para meu filho que estava com muito medo do ex a matar, porque tinha o encontrado e ele quase deu uma facada nela. Aí eu entrei em desespero e liguei para ela. Disse para ela vir morar comigo em Minas Gerais. Falei pra ela vir embora e que arrumaríamos dinheiro para passagem. Ne mensagem, o ‘Gordo’ que menciono é o meu filho”, relata.

“Ela concordou, mas passaram umas horas, e ela me disse que tinha arrumado trabalho em São Paulo e que não ia fugir de ninguém. Disse que, se fosse embora do estado, o ex ia atrás e ia matar o meu filho. E que se fosse para alguém morrer, tinha que ser ela. Falou: ‘Tia, não posso colocar a vida de ninguém em risco’. Foram as últimas palavras dela comigo”, afirmou, emocionada.

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