“Ela me pediu ajuda para separar dele uma semana antes”, diz pai de médica assassinada por ex-prefeito.

O pai de Juliana afirma que a filha já tinha sido agredida pelo marido. “Ele a espancava, batia nela, mas Juliana (Ruas El-Aouar) tinha medo de contar”.

Samir El-Aouar, pai de Juliana Ruas El-Aouar, de 39 anos, médica psiquiatra e nutróloga que foi encontrada morta em um quarto de hotel, em Colatina (ES), no sábado (2), afirmou que a filha havia pedido ajuda para se divorciar de Fúvio Luziano Serafim, de 44 anos, uma semana antes de sua morte. Serafim, que é ex-prefeito da cidade de Catuji (MG), é o principal suspeito de matar a esposa.

“Ela já não aguentava mais. Veio aqui em casa e conversou comigo. Pediu ajuda para separar dele uma semana antes e arrumar um advogado. Ele [marido] planejou a morte da minha filha. Aproveitou a consulta dela em outro estado para fazer isso com ela. Só que não esperava que a polícia fosse ágil”, contou o pai. “Minha filha era uma menina de ouro e não merecia o que aconteceu. Uma pessoa doce, ajudava o próximo, sempre elogiada. Se pudesse escolher uma filha, escolheria ela de novo”, disse o pai de Juliana em entrevista ao g1.

O pai de Juliana afirma que a filha já tinha sido agredida pelo marido. “Ele a espancava, batia nela, mas Juliana tinha medo de contar, explicar. Ela já foi parar no hospital por causa das agressões. É muito difícil saber que minha filha não vai voltar mais. Eu quero entender por que ele fez isso com ela”, disse.

“Ele [marido] já vinha batendo nela algumas vezes, dizendo que ela tinha caído dentro de casa, todo dia um olho roxo, uma cicatriz. Tudo isso já vinha acontecendo e ela querendo sair do casamento, e ele ameaçando para ela não sair, ele não aceitava a separação”, afirmou Samir. “A Juliana vai fazer muita falta na nossa vida, na vida dos amigos, dos pacientes dela. É uma lacuna muito grande. Vai ser uma vida antes e outra depois sem ela. É um sentimento que nenhum pai deve passar. Me sinto impotente, se tivesse perto dela, isso nunca teria acontecido. Ela tinha uma tatuagem nas costas em minha homenagem, descrevendo o amor que tínhamos um pelo outro”, relatou.

Suspeito teve liberada provisória negada

Por nota, o advogado da família de Juliana informou que a Justiça de Colatina negou a liberdade provisória ao ex-prefeito de Catuji, principal suspeito do homicídio, no quarto 362 de um hotel de Colatina. Ainda explicou que, em sua decisão, o juiz João Carlos Lopes Monteiro Lobato Fraga, decretou a prisão preventiva de Fúvio Luziano Serafim, marido e principal suspeito da morte de Juliana e do motorista e suspeito de co-autoria, Robson Gonçalves dos Santos. O advogado criminalista Síderson do Espírito Santo Vitorino, contratado pela família da médica, disse ao g1 que está em contato com a delegacia de homicídios de Colatina e que está ajudando no fornecimento de todas as informações quanto à vida do casal.

Ao g1, o titular da delegacia de Homicídios de Colatina, Deverly Pereira Júnior, disse que está iniciando as diligências para investigação da morte de Juliana. “Vamos coletar as imagens do hotel, começar a analisar, receber os laudos cadavéricos, do local, faremos exames de luminol para ver outras marcas de sangue em outras partes do quarto, entrevistar outras pessoas”, disse o delegado.

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