Ditadura cubana convoca menina de 3 anos para depor

Conforme detalhado, a intimação chegou na manhã de segunda-feira ao endereço da avó paterna, que disse: “A convocação tinha o nome e sobrenome errados, e meu sobrenome estava faltando. Mas eles disseram que era para a menina.”

A ditadura cubana de Miguel Díaz-Canel convocou para depor, nesta segunda-feira (7), um bebê de 3 anos de idade, por ser filha do preso político Idael Naranjo Pérez. A criança se chama Leadi Kataleya Naranjo Rillos.

Tenho a convocação em mãos, a princípio achei que fosse um engano. O que eles vão perguntar? O que ela tem para falar sendo uma menina? Se ela não aparecer, haverá uma multa e eles ameaçam acusá-la de desobediência“, disse sua mãe, Yunisleydis Rillos Pao, à Infobae.

A intimação chegou na manhã de segunda-feira ao endereço da avó paterna, que disse: “A convocação tinha o nome e sobrenome errados, e meu sobrenome estava faltando. Mas eles disseram que era para a menina.”

A menor e sua avó foram convocadas para comparecer na terça-feira (8) às 14h30, horário local, na delegacia de Capri, em Havana.

No entanto, Yunisleydis, a mãe de 30 anos, anunciou que não exporia a filha a essa experiência: 

Vou deixar a menina na roda [uma escola estadual], e vou em nome dela com minha mãe, porque eles também mandou uma intimação para minha mãe. Vou com a intimação da menina para ver qual é o problema, porque não vou confrontar minha filha com nada disso”.

Apesar de ser a primeira vez que recebem uma intimação judicial, a mãe de Leadi considerou tratar-se de uma estratégia de intimidação: “Eles estão errados. Exigimos apenas a liberdade dos inocentes. Não adianta se intimidar.”

Ela contou que sua sogra ficou em pânico depois de receber a Segurança do Estado em sua casa. Além disso, a mãe revelou que agentes das forças de segurança do regime a monitoram “de vez em quando”. 

Após a conversa com a Infobae, ela divulgou um vídeo denunciando o caso da filha, e alertou: “Que não aconteça nada com minha filha e minha família porque a culpa será do governo. Menina não é intimada, e menos com a idade que a minha filha tem, com 3 anos”.

O caso inusitado foi denunciado pela ONG Defensores dos Prisioneiros , com sede em Madri. “Que tipo de maluco manda em Cuba? O que eles querem dizer com citar e ameaçar uma menina de 3 anos?”.

Segundo a organização que zela pelos direitos humanos, Leadi “não pode ir a essa convocação ignominiosa”. “Ouvir o quê? Para responder o quê? O assunto é um asco”, dizem.

Infelizmente, vimos coisas iguais ou piores. Crianças ameaçadas, separadas à força de seus pais, menores torturados… O regime cubano é muito nojento, o desgosto e a degradação transpiram por toda parte. Tudo o que acontece em Cuba clama aos céus, e essas barbaridades são distópicas”, diz o breve comunicado divulgado pelos Defensores dos Prisioneiros em suas redes sociais.

A ONG também lembra que o regime castrista também “tem milhares de crianças órfãs, separadas à força de suas mães para puni-las por não se submeterem ao trabalho nas missões médicas escravistas de Cuba no exterior, conforme regido pelo Comitê dos Direitos da Criança”.

Desde sua detenção na prisão Combinado del Este, em Havana, Idael realizou vários protestos, como uma greve de fome no ano passado, e em julho passado se vestiu de branco em homenagem aos protestos de 11 de setembro. Como outros detidos, foi despido à força daquelas roupas brancas e punido em celas de isolamento.

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