Dino esbraveja contra Israel após primeiro-ministro do país afirmar que ajudou PF a capturar terroristas

A agência de inteligência estrangeira israelense Mossad expressou agradecimento às autoridades brasileiras pela prisão de terroristas. Contudo, Dino rechaçou Netanyahu, alegando que fez uso político da operação pelos israelenses

O ministro da Justiça. Flávio Dino, criticou Israel após o primeiro ministro do país, Benjamin Netanyahu, afirmar que a Mossad, agência de inteligência do país, colaborou com o trabalho da Polícia Federal, que prendeu dois brasileiros suspeitos de participarem de uma célula do grupo terrorista Hezbollah.

Em vez de agradecer e atuar para fortalecer mais os laços entre o trabalho da inteligência dos dois países, o ministro de Lula insinuou que os israelenses estariam “usurpando a soberania brasileira”. Na sua conta do X (antigo Twitter), Dino afirmou que as investigações sobre o caso ainda estão em curso.

O gabinete do primeiro-ministro de Israel, no entanto, divulgou que a operação da PF brasileira frustrou “um ataque terrorista no Brasil, planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo Irã.” Essa informação ainda não foi confirmada oficialmente pela PF. Dino insinua, então, que antecipar o resultado de uma apuração ainda em curso seria uma tentativa de ingerência na PF. Leia a publicação completa do ministro:

Mossad

Oficialmente denominado Instituto para a Inteligência e Operações Especiais, o órgão tem atuado desde 1949 em operações secretas e de espionagem no exterior. Seus principais objetivos incluem impedir que inimigos adquiram e desenvolvam armas não convencionais, além de prevenir ataques terroristas. A liderança da organização está sob o comando de um diretor que responde diretamente ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

O Mossad é parte integrante da Comunidade de Inteligência de Israel, composta também pela Aman (Direção de Inteligência Militar, criada em 1950) e pela Shin Bet (agência de inteligência focada na segurança interna).

O que aconteceu

A Polícia Federal (PF) conduziu com sucesso a Operação Trapiche, desmantelando uma célula do grupo terrorista libanês Hezbollah no Brasil. Dois indivíduos de nacionalidade brasileira foram detidos, enquanto 11 mandados de busca e apreensão foram eficazmente cumpridos nos estados de São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal.

Segundo informações obtidas junto aos investigadores, os dois detidos estavam sob financiamento e recrutamento do Hezbollah. Além disso, há ainda dois outros suspeitos em território libanês, com pedidos de prisão pendentes relacionados ao caso. O foco desta organização criminosa era a realização de atentados voltados a prédios pertencentes à comunidade judaica no Brasil, incluindo sinagogas, como delineado pelas investigações.

Um dos indivíduos detidos foi interceptado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, após chegada de uma viagem procedente do Líbano. As autoridades acreditam que o sujeito já trazia consigo informações cruciais para a execução dos ataques planejados. O segundo detido foi capturado na cidade de São Paulo.

A operação Trapiche, como foi denominada, visou uma célula com o propósito de promover “atos preparatórios de terrorismo”, conforme comunicado oficial emitido pela corporação. Tanto os recrutadores quanto os recrutados responderão às acusações de constituir ou integrar organizações terroristas e de realizar atos preparatórios de terrorismo. A soma das penas máximas para esses crimes pode resultar em até 15 anos e 6 meses de reclusão.

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