Ricardo de Moura Pereira
Entidade que representa motoristas autônomos reconhece vitória de Lula sobre Bolsonaro
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) condenou os protestos de caminhoneiros que bloqueiam estradas em todo o país e acusou empresários do setor agrícola de estarem por trás das manifestações contra os resultados das urnas do último domingo que elegeram Lulu à presidência.
“A CNTTL rejeita veementemente o movimento antidemocrático organizado por grupos rivais de Bolsonaro que bloquearam algumas rodovias nesta segunda-feira, 31 de outubro, causando transtornos e bloqueando o transporte de cargas.”
“Esses grupos, que dizem ter o apoio de alguns representantes do Agronegócio, estão espalhando a ‘falsa alegação de que essa manifestação está sendo feita por caminhoneiros’. É importante deixar claro que esse movimento não é organizado por trabalhadores”.
“Os caminhoneiros autônomos e trabalhadores da CLT são vítimas desses bloqueios, pois esses grupos contrataram caminhões baú com pedras e terra para dificultar a passagem nas rodovias”, disse a entidade em comunicado.
Os protestos começaram na noite de domingo, horas após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), havia 211 bloqueios em 16 estados do país até as 16h desta segunda-feira.
O trânsito na Rodovia Presidente Dutra, principal ligação entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, foi interditado nos dois sentidos na manhã desta segunda-feira. Há também bloqueios na BR-163 em Mato Grosso.
Em vídeos que circulam na internet, manifestantes dizem que não reconhecem o resultado da eleição. A deputada federal bolsonar Carla Zambelli (PL) postou uma mensagem em apoio aos protestos em seu perfil no Twitter.
A PRF disse que já entrou em contato com a Advocacia Geral da União (AGU) para que o órgão tome algumas medidas legais para desobstruir estradas federais. No entanto, a PRF disse que está realizando um diálogo para garantir o direito de manifestação dos cidadãos.