Compras de Bolsonaro incluem picanha, camarão e até rivotril

Notas fiscais de despesas com o cartão corporativo reveladas pelo projeto “Fiquem Sabendo”, agência de dados públicos especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram, com detalhes, as compras realizadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua rotina nos palácios do Planalto e da Alvorada. A lista inclui itens de alimentação como picanha, camarão, filé mignon, bacalhau e nutela, e até remédios, como rivotril, azitromicina e esomeprazol.

Os dados começaram a ser disponibilizados nesta segunda-feira, após um recurso em pedido via LAI. Até agora, mais de 2.000 notas foram disponibilizadas, o que corresponde a 20% do total ao qual a agência conseguiu tornar pública. Esse material tem que ser escaneado um a um, já que há apenas arquivo físico dessas notas.

A análise desse mateiral mostra que, no intervalo de um ano, foram pelo menos 14 compras de picanha, 15 de bacalhau e nove de camarão, a maioria rosa. O filé mignon aparece em pelo menos 31 notas fiscais. Já a nutela aparece em pelo menos 22 compras.

No caso do rivotril, para transtornos de ansiedade, houve apenas uma compra, em 10 de abril de 2019. Naquela época, o governo vivia sua primeira grande crise. No dia 8 de abril, Ricardo Vélez foi demitido do ministério da Educação, em meio às influências de uma ala mais ideológica liderada por Olavo de Carvalho.

“Essas notas já deveriam estar na internet, mas até o momento a única forma de acessá-las é em um prédio do governo federal, em Brasília (DF). No formato atual – caixas e mais caixas de papeis arquivados em um só lugar – o risco de prejuízo é enorme. Muitas das notas estão praticamente apagadas e difíceis de ler. E é praticamente impossível que todo cidadão que queira ter acesso a essas notas consiga entrar no prédio, que tem entrada controlada”, explica a agência.

De acordo com o Fiquem Sabendo, até o momento só houve acesso às notas mais recentes, do período de Jair Bolsonaro. Contudo, o pedido contempla também dados dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer, de 2003 a 2018.

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