Bolsonaro disse que pagou 72 mil em processo contra jornalistas

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 13, que pagou R$ 72 mil em um processo por ofensas a jornalistas. Ele disse que o valor foi arrecadado por meio de uma “vaquinha” feita por seus apoiadores. Bolsonaro foi condenado em 2019 a indenizar os profissionais de imprensa Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, e Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, por ter feito declarações ofensivas e homofóbicas contra eles.

Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse que não se arrepende do que falou e que não tem medo de processos. Ele também criticou a imprensa e disse que os jornalistas são “canalhas” e “vendidos”. Bolsonaro afirmou que os jornalistas que o processam querem “tirar dinheiro” dele e que ele não vai se calar.

Bolsonaro é alvo de vários processos por ataques a jornalistas. Em agosto deste ano, ele foi condenado a pagar R$ 20 mil ao jornalista Juca Kfouri, da UOL, por ter dito que ele era um “bundão”. Em setembro, ele foi condenado a pagar R$ 10 mil ao jornalista Leonardo Sakamoto, também da UOL, por ter dito que ele era um “pau mandado” da esquerda. Além disso, Bolsonaro enfrenta uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por ter insinuado que Patrícia Campos Mello teria se oferecido sexualmente a uma fonte em troca de informações.

Bolsonaro tem um histórico de agressões verbais e físicas contra jornalistas. Em maio deste ano, ele empurrou e xingou um repórter do GLOBO que tentava entrevistá-lo em Brasília. Em agosto do ano passado, ele mandou um repórter da TV Vanguarda “calar a boca” e disse que tinha vontade de “encher a boca” dele de porrada. Em setembro do mesmo ano, ele mandou uma jornalista da CNN Brasil “entrar de novo na faculdade” e disse que ela fazia “perguntas idiotas”.

Essas atitudes de Bolsonaro são vistas como uma ameaça à liberdade de imprensa e à democracia no Brasil. Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Bolsonaro foi responsável por 40% dos ataques à imprensa no país em 2020. A entidade registrou 428 casos de violência contra jornalistas no ano passado, sendo 175 deles cometidos pelo presidente ou por integrantes do seu governo. A Fenaj também apontou que o Brasil é o segundo país mais perigoso para jornalistas na América Latina, atrás apenas do México.

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