Bolsonarista preso após convocar atiradores para ato contra Lula

O empresário bolsonarista Milton Baldin, preso na noite de ontem pela Polícia Federal após convocar atiradores para participar de manifestação contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou em depoimento prestado à PF nesta quarta-feira que “não tinha intenção” de ameaçar o petista nem de incitar que ele fosse impedido de tomar posse.

Ele argumentou que convocou para a manifestação os atiradores com registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) com o objetivo de que protestassem ao anúncio feito por integrantes do futuro governo que precisariam devolver as armas.

Baldin disse à PF que possui registro de CAC e tem duas armas. “Tem receio de que tenha que devolver seu armamento em razão de determinação do novo governo”, afirmou no depoimento. “Não tinha intenção de ameaçar qualquer pessoa, em especial o candidato eleito. Que também não objetivava, de qualquer forma, impedir a posse ou diplomação do candidato eleito”

O empresário, que tem residência em Sinop (MT), disse ter embarcado em um ônibus com destino a Brasília no dia 10 de novembro e que ficou hospedado no acampamento no Quartel-General do Exército. Questionado, ele afirmou não saber dizer quem bancou o ônibus nem quem está pagando a estrutura do acampamento.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais no dia 26 de novembro, o empresário Milton Baldin aparece ao microfone, em um palco instalado em frente ao QG do Exército, convocando atiradores para participar de uma manifestação contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

— Gostaria de pedir ao agronegócio, aos empresários, que deem férias aos caminhoneiros e mandem os caminhoneiros para Brasília. São só 15 dias, não vai fazer diferença. Também pedir aos CACs, atiradores que têm armas legais — disse o homem aos manifestantes concentrados em frente ao QG do Exército.

Por avaliar que essa fala incitava a violência contra o presidente eleito, Moraes determinou a prisão do empresário. No depoimento, ele afirmou que a frase foi tirada de contexto.

Procurado, o advogado do empresário, Levi de Andrade, afirmou que a defesa pretende mostrar que houve um “mal-entendido”

— É uma pessoa simples com pouco estudo, e, ao convidar os CACs para o protesto, gerou uma interpretação dúbia, como se ele estivesse incentivando um ato ilícito. Ficou bem esclarecido no depoimento dele e a defesa trabalha no sentido de demonstrar que apenas foi um mal-entendido de alguém que não tinha noção da interpretação que poderia gerar — afirmou.

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