Aprenda como fazer uma horta caseira com PANCs

As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) são uma excelente alternativa para uma alimentação mais variada e podem ser cultivadas tranquilamente em casa

Quando consumimos sempre as mesmas espécies, ingerimos os mesmos nutrientes e vitaminas. As PANCs podem ajudar a quebrar essa monotonia na alimentação. Entre as mais famosas, estão plantas e ervas usadas como tempero ou em infusões, como a ora-pro-nóbis, a beldroega, a erva-de-santa-luzia e a capuchinha.

Espécies com flores ou folhas, como azedinha, dente-de-leão e serralha também podem ser incluídas em saladas e sanduíches. Já aquelas com consistência mais fibrosa ou pilosa, como o peixinho e o assa-peixe, devem ser empanados.

A sigla serve também para designar folhas e flores de alimentos já conhecidos que, em geral, comemos apenas uma de suas partes, como as folhas de vegetais e raízes como batata-doce, beterraba, cenoura, rabanete e mandioquinha.

Como cultivar PANCs na horta

A taioba é uma PANC repleta de antioxidantes e vitaminas que auxiliam no sistema imunológico e na saúde da visão — Foto: thais oliveira / Flickr / Creative Commons

A maioria das PANCs são espontâneas e nascem em meio à horta sem ninguém precisar plantar. Por conta disso, são extremamente regionais. “Entre os paulistanos, a taioba e a ora-pro-nóbis são pouco conhecidas, enquanto em Tiradentes, temos até o Festival de Ora-pro-nobis. A bertalha é super conhecida no Rio de Janeiro, já a vinagreira faz parte do dia a dia maranhense, no arroz de cuxá”, conta a herborista Sabrina Jeha, do viveiro Sabor de Fazenda.

Aprender a reconhecer e saber como consumir é fundamental. Por isso, nada de sair comendo tudo que brota no jardim. “Da próxima vez que você for à feira, compre ou encomende uma PANC. Com isso, você aumenta a renda do agricultor familiar e ainda amplia seu repertório alimentar. É um convite para novas sensações”, completa Sabrina.

Caso aprecie alguma PANC específica, mudas para cultivo podem ser encontradas em viveiros e em muitas hortas comunitárias. A maioria das espécies também pode ser propagada por sementes ou estacas, como a beldroega e a capuchinha.

O cultivo não demanda grande espaço e pode ser feito em quintais, canteiros, floreiras e até vasos. Como a maioria das hortaliças, as PANCs necessitam de 5 a 6 horas de luz por dia, mas são mais resistentes.

“Como são fáceis de cultivar e não precisam de adubos químicos ou inseticidas, ainda diminuem o impacto ambiental”, afirma o chef Renato Caleffi, do restaurante Le Manjue, um entusiasta das PANCs em seus preparos.

A beldroega pode ser cultivada por sementes ou estacas até mesmo em pequenos vasos de plástico — Foto: Marina Coelho / Flickr / Creative Commons

No caso do plantio em vasos, misturar areia ao substrato é fundamental para garantir a drenagem, já que a maioria das hortas não sobrevive por excesso de água. “É fundamental que o recipiente tenha um orifício ao fundo no centro e uma base de argila expandida, além de manta de drenagem”, ensina o paisagista João Queiroz. A maioria das ervas aprecia solo úmido, mas não encharcado, então, procure regá-las diariamente pela manhã.

Um ponto de atenção: enquanto algumas espécies podem se beneficiar da proximidade, no geral, as PANCs competem por espaço e nutrientes com outras espécies. Sendo assim, antes de misturá-las a uma horta pré-existente, verifique se elas compartilham a mesma necessidade de luminosidade e água, e que a novata não prejudicará as hortaliças já desenvolvidas.

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