Após quase 40 anos no cargo, ditador do Camboja passará o poder ao seu filho

O Partido do Povo Cambojano (CPP) já governa o país do sudeste asiático por cerca de quatro décadas e, recentemente, reafirmou o poder em uma eleição geral com quase nenhuma oposição.

Na última quarta-feira (26), o ex-guerrilheiro e primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen (ហ៊ុន សែន) – ditador de extrema-esquerda que vem sendo chamado de conservador por jornais – anunciou sua decisão de renunciar ao cargo e informou que seu filho, Hun Manet (ហ៊ុន ម៉ាណែត), assumirá o posto em seu lugar. Manet é general do Exército Real do Camboja desde 2018. A substituição deve ocorrer no próximo dia 10 de agosto.

O partido de Hun Sen, Partido do Povo Cambojano (CPP), já governa o país do sudeste asiático há quase quatro décadas e, recentemente, reafirmou o poder em uma eleição geral com quase nenhuma oposição.

Hun Manet será nomeado primeiro-ministro dentro das próximas semanas”, afirmou Hun Sen. “Permanecerei como líder do partido no poder e como membro da Assembleia Nacional”, acrescentou. 

Em documento oficial, Xi Jinping – ditador da China – parabenizou oficialmente o partido CPP pela vitória, destacando a cooperação e a afeição entre ambos.

Após o anúncio de Hun Sen, vem a declaração da “transferência” do poder ao seu filho. A próxima sessão do parlamento, composto pelos recém-eleitos, será realizada em 21 de agosto, com o novo gabinete assumindo suas funções no dia 22.

Hun Sen, atualmente com 70 anos, foi membro de uma guerrilha conhecida como Khmer Vermelho. Devido à ascensão do grupo comunista ao poder no Camboja, Hun Sen se exilou no Vietnã. Entre 1975 a 1979, a ditadura estabelecida pelo Khmer Vermelho promoveu um genocídio que resultou em milhões de mortes.

Recentemente, o Camboja apareceu em um relátório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), um órgão multilateral da Organização das Nações Unidas (ONU), como um dos 24 países com maiores registros de pessoas submetidas a trabalhos forçados.

Escravidão

Em um relatório publicado em setembro de 2022 intitulado “Trabalho Forçado e Casamento Forçado”, da OIT – além das 27,6 milhões de pessoas submetidas ao trabalho forçado em todo o mundo – 17,3 milhões foram vítimas de exploração de trabalho, 6,3 milhões de exploração sexual e 3,9 milhões padeceram no trabalho forçado empregado pelo Estado. Dentre esses números, aproximadamente 3,3 milhões de crianças também foram vítimas do trabalho forçado.

Já a fundação australiana para os direitos humanos, Walk Free, emitiu, em 16 de junho, o documento “Índice Global de Escravidão” – elaborado pela própria entidade com o objetivo de apurar, semelhantemente à OIT, os índices de trabalho forçado nos quatro cantos do mundo.

O documento afirma que 22 milhões de pessoas foram submetidas a casamentos forçados em 2022, paralelamente aos outros 28 milhões de indivíduos que também foram vítimas do trabalho forçado.

No relatório da Walk Free, o ranking de países mais escravistas do mundo é liderado pela ditadura comunista do Kim Jong-un, isto é, a Coreia do Norte. Contudo, a Camboja não escapa da lista.

O documento da fundação australiana apresentou uma divisão em três níveis de empenho das nações para findar o tráfico humano.

  • Nível 1 – Governos mais avançados no projeto;
  • Nível 2 – Países que tomam ações significantes, porém ainda não atingiram os padrões mínimos;
  • Nível 3 – Nações que não atendem aos padrões mínimos e não empreendem ações para erradicar o tráfico humano.

Ao todo, 24 nações integram o Nível 3: Afeganistão, Argélia, Bielorrússia, Myanmar, Camboja, Chade, China, Cuba, Curaçao, Djibuti, Guiné Equatorial, Eritreia, Guiné-Bissau, Irã, Coréia do Norte, Macau, Nicarágua, Papua Nova Guiné, Rússia, Sint Maarten, Sudão do Sul, Síria, Turcomenistão e Venezuela.

Também podemos considerar que, além da influência islâmica, Bielorrússia, Camboja, China, Cuba, Coréia do Norte, Nicarágua, Rússia e Venezuela ficaram mundialmente conhecidas pelo viés revolucionário e ditatorial que empregam nas relações exteriores, tal qual, com o seu próprio povo.

Ou seja, no mínimo, mais de dois terços de todas as nações do Nível 3 estão sob o domínio completo – ou altamente significativo – da política e cultura islâmica e/ou revolucionária.

 

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