Após 5 anos sem ver a filha, pastor a convida menina para visitá- lo e comete estupro

Desde o último sábado (12), a Polícia Militar de Santa Catarina estava empenhada em prender o pai suspeito de estuprar a própria filha de 15 anos na casa dele em Penha, no Litoral Norte de Santa Catarina. O homem estava há 5 anos sem ver a adolescente e a convidou para visita-lo.

A Polícia Militar recebeu a informação de que o homem, que intitula pastor, havia fugido para Navegantes e logo em seguida partido para a cidade de Telêmaco Borba, no Paraná. Assim que souberam o endereço exato do suspeito, os policiais solicitaram junto ao judiciário de Penha um mandado de prisão que foi cumprido nesta terça-feira (15), às 16h30.

Os policiais fizeram também uma varredura na casa onde teria ocorrido o crime, em uma vila de pescadores em Penha. A menina e a mãe moram em Itajaí, ela se encontrou com o pai em um shopping da cidade e os dois seguiram para a casa do homem em Penha.

O homem agora está à disposição da Justiça e deve responder pelo crime de estupro de vulnerável contra a própria filha de 15 anos, a quem ele não visitava há pelo menos 5 anos.

Mãe era contra a visita

A mãe da vítima contou que o ex-marido não visitava a filha há 5 anos e que ele entrou em contato com a menina pelo Instagram e WhatsApp convidando a menina para visitá-lo.

De acordo com uma testemunha, mãe de uma amiga da vítima, a menina chegou na casa dela no último sábado (12), após a visita ao pai, chorando muito e contando que estava com dores nas partes íntimas após ter sido abusada pelo próprio pai.

Enquanto agentes policiais procuravam o suspeito, uma policial feminina atendia a vítima e as testemunhas já na casa dela, em um local reservado.

De acordo com a menina, ela esperou o pai em um shopping em Itajaí e ele, após encontrá-la, a levou na vila dos pescadores em Penha, em uma casa de madeira onde ele mora sozinho. A menina chegou na casa do pai por volta das 14h30.

A vítima disse que o pai começou a perguntar “como ela expressava seus sentimentos”, ela disse que não sabia responder e o homem começou a elogiar o corpo e aparência da menina, dizendo que estava com saudades, que ela estava linda e que “desde a última vez que a viu ela melhorou o corpo”.

Ainda de acordo com a adolescente, o homem ingeriu bebida alcoólica  e lhe ofereceu um pouco. Ela disse que bebeu um copo da bebida e que o homem a convidou para dividir a mesma cama. Ele teria colocado um filme e deitado ao lado da menina.

A vítima contou ainda que o homem começou a passar a mão pelo corpo dela por cima da roupa e ela a empurrou, fingindo que estava dormindo, ainda assim o homem insistiu e começou a passar a mão na menina por baixo da roupa, tirando as peças da menina.

A adolescente disse que ficou em choque e não teve reação. Segundo a vítima, ele dizia “que era por amor”, e que além da mão passou a boca pelo corpo dela, e que a abusou com sᕮxo vaginal e anal contra a vontade da menina.

Após o crime, o homem ficou em casa dormindo e ela levantou, tomou banho e ficou na praia esperando até que ele acordasse, sentindo muita dor na área vaginal. Quando o homem acordou e foi ao encontro da filha, ela disse que queria ir embora e ele chamou um carro por aplicativo para ela.

Ainda de acordo com a menina, antes de ir embora o pai afirmou que “um dia ela entenderia isso”. Já em casa, de volta a Itajaí, a menina foi até a casa de uma amiga e contou para ela e a mãe o que tinha acontecido. Diante da denúncia grave, a mãe da amiga comunicou a mãe da menina, que não estava em casa quando ela chegou.

As testemunhas chamaram a Polícia Militar. De acordo com a mãe e a amiga, a menina chegou chorando muito, reclamando de dores vaginais e disse que foi abusada pelo pai, contando o que a vítima também relatou à policial.

A mãe da menina foi contra a visita, mas ainda assim os dois combinaram de se encontrar no shopping de Itajaí e voltaria para a casa no domingo (13). A mãe alertou o ex para cuidar bem da menina e orientou que ela dormisse na casa da tia, como fazia em anos anteriores que visitou o pai, pois sabia que ele morava sozinho.

Ainda de acordo com a mãe da vítima, o homem se dizia da igreja e que não costumava beber nem usar drogas e que nunca havia ocorrido uma situação parecida a isso ou que indicasse suspeitas de abuso. Ainda de acordo com a mãe, a filha ligou para ela próximo às 17h de sábado, dizendo que iria voltar mais cedo para casa, sem dar detalhes.

A mãe estava em uma ação social em um centro de recuperação e encontrou a filha em casa, chorando muito, relatando fortes dores nas partes íntimas e que o pai a havia abusado. A mãe denunciou à Polícia Militar e, em seguida, levou a menina a atendimento médico.

Homem se dizia pastor de uma comunidade

Enquanto a policial feminina ouvia o relato da vítima e das testemunhas, uma guarnição policial priorizava a prisão do pai suspeito em flagrante. Os agentes informaram à política de Penha o endereço do homem, além de enviar fotos do suspeito, solicitando apoio de outras viaturas, porém não tinha nenhuma disponível no momento.

No local, a guarnição de Itajaí foi informada por um casal que o homem se intitulava pastor da comunidade e que ele foi agredido pela própria população local e precisou ir ao Pronto Atendimento de Penha, mas na unidade médica os policiais foram informados por uma atendente que nenhum paciente com aquelas características havia chegado na unidade.

Diante dessas informações, os policiais contataram os bombeiros voluntários de Penha e conversaram com o atendente, que contou que recebeu um chamado da situação que envolvia um linchamento, porém, como estava com a viatura empenhada em outra situação, repassou ao Corpo de Bombeiros Militar.

O Bombeiro Militar foi até a ocorrência, mas o homem recusou atendimento e fugiu. De volta ao endereço do suspeito, os policiais não o encontraram. Até a manhã desta segunda-feira (14), o suspeito não foi localizado.

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