Amigurumi: Polvos de crochê ajudam a acolher bebês em UTIs

Com intuito de auxiliar bebês prematuros, o projeto Octo Guarulhos doa amigurumis para proporcionar a sensação de segurança e conforto para os recém-nascidos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital e Maternidade Jesus, José e Maria (JJM). Os bichinhos, feitos de crochê, são usados para auxiliar na recuperação. Segundo a Secretaria de Saúde, o método é aprovado como uma maneira eficaz de melhorar o quadro clínico dos pequenos. Os abraços dados por eles nos polvos, transmitem o sentimento de calma e aconchego, já que seus tentáculos remetem ao cordão umbilical, gerando uma sensação semelhante ao útero materno.

A fundadora do Octo Guarulhos, Luciana Ricomini, de 41 anos, conta que foi através do projeto Fazer o Bem Guarulhos, o qual também é fundadora, que formou a ideia de dar início ao Octo. “Eu tenho esse projeto onde ajudo pessoas em situação de rua e quando conheci sobre o octo, que já existe em partes do Brasil, percebi que poderia ajudar também os bebês. Eu procurei e não encontrei nenhum na cidade, então comecei o meu trabalho aqui”, conta. Luciana diz ainda que começou a confeccionar na infância, mas a decisão de realmente usar seus conhecimentos para auxiliar os recém-nascidos veio, acima de tudo, com o encorajamento de uma amiga. “Eu conversei sobre o projeto com uma amiga, dona Íria Tomazi, e ela comentou sobre o hospital JJM. Ela me encorajou a começar e hoje faz parte dele. Está desde o início confeccionando comigo”, diz.

Para continuar, ainda com todos os desafios e gastos de um projeto inteiramente voluntário, Luciana diz que conhecer o bem que os polvos fazem a motiva. “Esse projeto roubou meu coração. Poder ajudar esses bebês ainda tão pequenos e ainda diminuir a dor e aflição das famílias me motiva. Hoje o projeto é onde eu coloco todo meu amor e carinho. Eu me empenho muito para que ele aconteça cada vez melhor. É onde me encontro, ele é parte de mim”, conta. A pedagoga frisa ainda que gostaria de aumentar o projeto para alcançar mais UTIs, fazendo com que mais recém-nascidos tenham auxílio dele em Guarulhos.

Com confecção completamente voluntária, feita por oito mulheres, sendo quatro delas de Guarulhos, o projeto atendeu 80 recém-nascidos da maternidade JJM desde a sua criação, em junho de 2018. A pedagoga conta que até o momento, devido a falta de voluntários para a confecção dos bichinhos, o projeto ainda não consegue realizar entregas mensais. “Nossas entregas são agendadas, não conseguimos fazer mês a mês, infelizmente. Temos poucas voluntárias e como o custo é de cada uma, fica complicado”, diz. O grupo vende ainda polvos em chaveiro a R$ 20 para auxiliar nos gastos com materiais.

Como ser um colaborador

Em busca de novos voluntários, as confeccionistas vão promover um evento para ensinar os interessados a produzirem os polvos de crochê. O evento acontece na próxima terça-feira (11) a partir das 13h30, na rua São Francisco, 165, na Vila Galvão.

Para participar, é necessária a inscrição prévia, feita através das mensagens diretas do projeto no Instagram (@projetooctogru), até a segunda-feira (10). Os materiais necessários serão vendidos no local. 

Caso tenha interesse em participar, ainda que não seja possível estar no encontro, o projeto fica de portas abertas para o contato na plataforma.

O Octo Guarulhos procura ainda por patrocínios que possam auxiliar na expansão das entregas. Os interessados devem entrar em contato também através do Instagram para acerto dos detalhes. Além disso, doações de materiais também são aceitas pelo grupo. Na confecção são usados agulha crochê 2,5 ou 3; fibra siliconada antialérgica e linha 100% algodão amigurumi. “Nós só utilizamos essa marca de linha, que é 100% algodão e a fibra siliconada antialérgica, para não levar nenhum risco a saúde dos bebês. Esses materiais foram aprovados por médicos e normas hospitalares”, explica.

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