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A grande mentira do ENEM

Por trás de uma simples questão do Exame Nacional do Ensino Médio, há um massacre que está sendo preparado

No final dos anos 70, a escritora americana Mary McCarthy cunhou uma frase célebre durante uma polêmica com a dramaturga comunista Lillian Hellman:

“Every word she writes is a lie, including ‘and’ and ‘the’.”

A tradução aproximada ficaria assim:

“Toda palavra que ela escreve é uma mentira, incluindo ‘e’ e ‘o’.”

Pois foi exatamente na frase de Mary McCarthy que pensei quando vi a questão 48 do ENEM, realizado neste fim de semana.

Peço desculpas aos meus sete leitores, mas é necessário transcrevê-la aqui:

“No Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio. De um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado. Assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a ‘pragatização’ dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa.”

CALAÇA, M.; SILVA, E. B; JESUS, J, N, Territorialização do agronegócio e subordinação do campesinato no Cerrado. Elisée, Rev. Geo. UEG. n. 1, jan -jun. 2021 (adaptado)

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Não há uma só palavra do texto escolhido pelo ENEM que não pertença à novilíngua esquerdista do sistema educacional brasileiro. Até os artigos e as preposições utilizados pelos três autores do texto estão contaminados pela mentira ideológica. E aqui tomamos o termo mentira pela sua raiz etimológica: o latim mens. O artigo escrito a seis mãos (!) narra aquilo que só existe na mente de seus autores.

O que significa “subordinar homens e mulheres à lógica do mercado”? Na mente do professor Calaça e seus companheiros, significa escravizar as pessoas. No mundo real, significa alimentá-las.

O que significa “universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias”? Na mente dos examinadores do ENEM, significa destruir a natureza e impor o domínio do capital. No mundo real, significa salvar a economia do país.

Quando Calaça et alii afirmam, em tom de condenação, “as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada”, eles na verdade estão defendendo a aplicação do primeiro item do decálogo para a implantação do comunismo de Karl Marx e Friedrich Engels, tornado público em 1848 por meio de um livrinho chamado Manifesto do Partido Comunista:

1. Expropriação da propriedade da terra e emprego da renda da terra em proveito do Estado.

Na mente de um comunista, a propriedade privada é uma aberração. Tudo aquilo que é adquirido por esforço ou competência só permanece nas mãos dos indivíduos por uma concessão especial do Estado. Não é por acaso que os itens seguintes do decálogo de Marx e Engels coincidem com as ações do atual regime brasileiro:

2. Imposto fortemente progressivo.

3. Abolição do direito de herança.

4. Confisco da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes.

Para que essas medidas sejam aplicadas, é fundamental que exista um “inimigo do povo” culpado por todo tipo de abominação. Esse inimigo que está sendo criado na mente de nossas crianças e jovens é o agronegócio. A questão do ENEM comete a suprema aleivosia de transformar o setor mais importante da economia nacional, responsável por levar o país nas costas durante décadas, em executor de atrocidades como “a mecanização pesada, a ‘pragatização’ dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.

Nos últimos dias, temos visto a perseguição aos judeus em todo o mundo, inclusive no Brasil. Os judeus são apenas o primeiro alvo – o canário da mina que deixa de cantar quando o ar se torna venenoso. Os revolucionários que tomaram o poder estão a preparar novas vítimas – como fizeram nos tempos de Lênin, Stálin e Mao Tse-tung.

O comunismo é sempre assim: começa com uma mentira, termina com um massacre.

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