Ricardo de Moura Pereira
A reportagem do Diário do Nordeste acompanha o caso do ‘monopólio do jogo do bicho’ há um ano, tendo publicado recentemente a série de matérias: ‘Consórcio do Crime’
O desenvolvimento da investigação do monopólio do jogo do bicho no Ceará chegou ao nome da Igreja Evangélica, onde uma facção criminosa lavava dinheiro ilegal no Rio. Uma denúncia anônima levou a polícia civil a investigar e apurar indícios de que o pastor teria conhecimento da origem dos valores.
Daniel Gonçalves Pereira, tio de Valeska Pereira Monteiro, “Majestade”, foi preso em Fortaleza no dia 11 de outubro. Após a prisão, policiais da Delegacia de Crime Organizado (Draco) receberam uma denúncia de que Daniel e o pastor estavam envolvidos em jogos de azar.
Segundo informações, o suspeito trabalhava em facção com a sobrinha e o dinheiro obtido com a prática do jogo do bicho era lavado em uma igreja evangélica localizada no bairro Presidente Kennedy, em Fortaleza.
“A análise preliminar do celular de Daniel condiz com as informações fornecidas na denúncia anônima, pois há evidências de que Daniel desempenha o papel de administrador da igreja, do qual recebe os dízimos dos fiéis em sua conta pessoal”, diz a. um extrato do documento o funcionário a quem o relatório teve acesso.
No celular do suspeito, a polícia localizou grupos de conversas sobre transações financeiras, incluindo valores de pecuária.
A reportagem do Diário do Nordeste acompanha há um ano o caso do “monopólio do jogo do bicho” e publicou recentemente uma série de artigos: “Consórcio do Crime: Apostas fora da lei”.
Dois dias após a prisão de Daniel, o PCCE lançou a “Operação Saturnália” para desmantelar um esquema de extorsão, ameaças e associação criminosa relacionado ao monopólio das loterias no Ceará.
A polícia utilizou escutas autorizadas pelo tribunal, que indicaram a participação de Douglas Honorato e João Vitor dos Santos, o “Adidas”, noivo de Majestade, no esquema: “foi possível” comprovar com precisão, a existência de práticas criminosas atos, organizados pelo Comando Vermelho, para decidir o fechamento das casas lotéricas”, relata PC. Ambos ainda estão foragidos.
Segundo o proprietário da Draco, delegado Kléver Farias, a Adidas era um dos homens de confiança de Douglas Honorato (o intermediário da facção e empresários donos da loteria investigada): esta loteria. realmente conseguiu perceber a ligação deles com o jogo do bicho, tanto que dois dias antes do início da Operação Saturnália lançamos outra operação com pessoas ligadas a Valeska. sistema”.