6 espécies de flores trepadeiras para cultivar em vasos

Conhecidas pelas muitas ramificações, as trepadeiras conseguem crescer apoiadas em outras plantas ou suportes. Muito usadas em pergolados, muros, cercas ou gradis, também é possível fazer o plantio das espécies em vasos. Contudo, é preciso tomar alguns cuidados com o cultivo, já que são plantas que precisam de espaço para crescer.

Para cultivá-las em vasos, Ricardo Pessuto, engenheiro-agrônomo e paisagista, recomenda plantar as mudas em vasos com boa abertura – entre 80 cm e 1 m de diâmetro –, para que as plantas consigam desenvolver as raízes e absorver as quantidades de nutrientes necessárias. Ele destaca a importância de fazer uma boa drenagem, usar composto orgânico enriquecido com macro e micronutrientes, além de manter regas constantes.

“Outro ponto a ser considerado é o local onde será colocada a trepadeira, já que algumas são mais ‘agressivas’ que outras. A depender do uso escolhido, também é preciso se atentar à escolha de tutores de crescimento adequados, como estacas, grades, fios de nylon e cabo de aço, por exemplo”, comenta.

No último mês, o tema registrou aumento de 52% nas buscas no Pinterest, plataforma inspiracional de compartilhamento de fotos. Pensando nisso, com a ajuda de dois especialistas, listamos seis espécies de trepadeiras adaptáveis a vasos, além de dicas de cultivo. Confira:

1. Jasmim-dos-poetas

As inflorescências da Jasminum polyanthum são brancas por dentro e róseas por fora — Foto: Pixabay / Jeanine Smal / CreativeCommons

Originária da China, a jasmim-dos-poetas tem um crescimento moderado, com ramagem e florescimento decorativos. É uma planta que precisa ser cultivada a pleno sol, em vasos de tamanho médio a grande. Seu florescimento, que acontece durante o outono e inverno, é mais intenso em regiões de altitude e de clima mais amenos, como no Sul do Brasil e em locais de altitude do Sul e Sudeste.

2. Corda-de-viola

A corda-de-viola, ou Ipomea indica, possui floração violeta e em forma de funil — Foto: Flickr / larchan / CreativeCommons

A corda-de-viola é uma trepadeira originária da América Tropical, ideal para plantio em treliças, grades ou muros. Não é indicada para pérgolas, pois suas flores ficariam apenas na parte de cima, fora do alcance de visão. Deve ser cultivada em sol pleno e, preferencialmente, em regiões tropicais e subtropicais de inverno ameno, tolerando até no mínimo 7 °C. Plante em vasos médios a grandes.

Na agricultura, é considerada erva daninha, principalmente em cafezais, onde cresce vigorosamente sobre as árvores, sombreando os pés de café. O controle é feito, geralmente, por capinas manuais – os ramos costumam ser puxados e são muito resistentes, assim como cordas de viola.

3. Cipó-de-são-joão

A cipó-de-são-joão possui flores tubulares e longas, mais comumente encontradas de cor alaranjada, mas também com variedades amarelas — Foto: Flickr / Mauricio Mercadante / CreativeCommons

Nativa do Brasil, a Pyrostegia venusta, ou cipó-de-são-joão, costuma florescer no inverno, enfeitando mastros em festas juninas. Além disso, é a flor eleita como representativa da cidade de Campinas, em São Paulo. Deve ser cultivada em sol pleno, solos bem drenáveis e em vasos médios ou grandes.

O engenheiro-agrônomo Marco Estevão Feliciano explica que, para florescer de forma abundante, é fundamental que a espécie passe por estresse hídrico – quando a planta não tem quantidade de água suficiente – no inverno. “Para o plantio em vasos, é recomendado um substrato comercial bem drenante ou 1/3 de terra, 1/3 de condicionador de solos e 1/3 de areia média lavada. Não esqueça de fazer uma boa drenagem”, pontua.

4. Cipó-de-sino

As flores da Mansoa difficilis são de cor rosa-arroxeado — Foto: Flickr / Luis Bacher / CreativeCommons

Cultivada a pleno sol nas regiões Sul e Sudeste do país, a cipó-de-sino é outra espécie que se adapta melhor a vasos médios ou grandes. Nativa do Sul do Brasil, é uma espécie pouco sensível a baixas temperaturas de inverno, perdendo suas folhas como forma de defesa. Com florescimento no verão e outono, a planta é ideal para caramanchões, muros ou treliças, fixando-se por meio de gavinhas. Tolera solos de baixa fertilidade, mas se desenvolve melhor nos férteis.

5. Tumbérgia Azul

As flores da Thunbergia grandiflora são de coloração azul, podendo aparecer solitárias ou em inflorescências curtas — Foto: Pixabay / tee2tee / CreativeCommons

Possivelmente a trepadeira mais cultivada no Brasil, a tumbérgia azul é originária da Índia. Seu florescimento ocorre durante todo o ano, principalmente na primavera e no verão. O cultivo é feito a pleno sol em regiões tropicais e subtropicais. Por ser muito rústica, geralmente necessita de podas de contenção. Tolera temperaturas amenas, como as do Sul do país, e deve ser plantada em vasos grandes, por conta de seu crescimento vigoroso.

6. Sapatinho-de-judia

A sapatinho-de-judia tem inflorescências em cachos longos e pendentes, de cores amarelas e vermelhas — Foto: Pexels / Petr Ganaj /CreativeCommons

Natural da Índia, a Thunbergia mysorensis, conhecida como sapatinho-de-judia, não tolera temperaturas baixas, sendo indicada para regiões tropicais. Suas flores, frequentemente visitadas por beija-flores, aparecem na primavera e no verão. Pode ser cultivada a pleno sol ou meia-sombra, e é ideal para caramanchões e pérgolas altas, para que os cachos de flores possam ficar livres e pendurados. Segundo Marco, por ser uma planta muito vigorosa, o plantio deve ser feito em vasos grandes.

Dicas extras

Por fim, Marco sugere mais alguns cuidados essenciais com as plantas. Exceto a cipó-de-são-joão, que possui um cuidado de plantio diferente, a recomendação é que todas as outras espécies sejam plantadas com substrato comercial ou 50% de terra e 50% de condicionador de solos, sem deixar de lado uma boa drenagem.

Para todas as plantas, os cuidados com a adubação e o florescimento são os mesmos. “A adubação inicial das espécies deve ser rica em nitrogênio e potássio em partes iguais, geralmente usado um NPK 10 10 10 ou 13 05 13 + micronutrientes. Na fase ou época de florescimento, recomenda-se utilizar um fertilizante rico em fósforo, como o 04 14-08 ou 06 18 12 + micronutrientes”, finaliza.

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