MST continua tocando o terror em fazendeiros

O MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, realizou na última segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023, a invasão de três fazendas de cultivo de eucalipto pertencentes à empresa de papel e celulose Suzano, localizadas nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no extremo sul da Bahia. 

Além dessas propriedades, uma quarta área, a Fazenda Limoeiro, também foi ocupada, com o argumento de que está “abandonada” há 15 anos. Segundo o MST, a invasão é uma reivindicação para a “desapropriação imediata” das terras para a realização de uma reforma agrária, que beneficiaria cerca de 1.700 famílias do movimento na Bahia.

Essas ocupações representam as primeiras em massa desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e vão contra o discurso do petista durante sua campanha eleitoral em 2022. Naquela época, o então candidato afirmou que o MST não ocupava áreas produtivas, como as fazendas da Suzano.

Em comunicado, o movimento afirmou que, apesar das expectativas em relação à reforma agrária com o governo Lula, os integrantes do MST estão preocupados com a fome, o desemprego e o desmatamento, e que acionaram o “alerta amarelo” diante da demora do governo federal em nomear alguém para a Presidência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). O MST afirmou que a invasão se trata de uma “denúncia” contra a monocultura de eucalipto na região e o uso de agrotóxicos pela Suzano, que vem prejudicando as áreas de agricultura familiar. A página oficial do movimento declarou que “o MST, ciente da missão em lutar pela reforma agrária e pela justiça social, também reafirma nossa luta contra os desmandos da Empresa Suzano Papel e Celulose em nosso território, e exigimos que arquem com os graves passivos ambientais, sociais e econômicos”.

No Estado da Bahia, o MST também ocupou a Fazenda Santa Maria, na região da Chapada Diamantina, durante a Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra. Outra ocupação foi realizada em 18 de fevereiro, no sábado de Carnaval, onde 200 famílias ocuparam um território no regional norte baiano.

A Suzano é uma das grandes produtoras globais de celulose a partir do eucalipto, e já havia sido alvo de invasões anteriormente, como em junho de 2022, quando indígenas da etnia Pataxó invadiram a Fazenda Santa Bárbara, que fornecia eucalipto para a empresa.

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