Ricardo de Moura Pereira
Juíza do caso mudou a data porque ela coincidia com as semifinais da Copa do Mundo.
A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce da 3ª Vara Criminal de Niterói decidiu marcar o julgamento da ex-deputada Flordelis para o dia 7 de novembro, às 9h. O júri deveria começar no dia 12 de dezembro, mas a data foi alterada devido às duas semifinais da Copa do Mundo da FIFA, nos dias 13 e 14.
Além dos Flordelis, os filhos Marza Teixeira da Silva, André Luiz de Oliveira e Simone dos Santos Rodrigues e a neta Rayane dos Santos Oliveira também serão julgados em novembro. Eles são acusados da morte a tiros em junho de 2019 do pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelisa. A anulação do julgamento foi concedida a pedido de um advogado de acusação assistente. Esta é a terceira vez que um processo altera dados. Ele estava originalmente programado para ocorrer em 9 de maio, mas foi transferido para 6 de junho. Depois mudou para dezembro e agora mudou para novembro.
A mudança para dezembro deveu-se a um pedido da defesa de um ex-deputado federal, que alegou que os laudos ainda não estavam prontos e eram “necessários” para a realização de uma ampla defesa do réu. Além de Flordelis, a data também servirá para as juízas Marzy Teixeira da Silva e Simone dos Santos Rodrigues, filhas biológicas da ex-deputada, Rayane dos Santos, neta de Flordelis, e André Luiz Oliveira, filho carinhoso de Flor.
Laudo psiquiátrico
Um desses relatórios em falta foi um exame psicológico e psiquiátrico, que Flordelis, sua filha Marzy Teixeira e sua neta Rayane dos Santos Oliveira fizeram a pedido de sua defesa.
Para além da avaliação por peritos privados nomeados pelos advogados, foram também acompanhados por peritos do Estado que irão elaborar um relatório independente. Em 27 de abril, o tribunal concedeu liberdade condicional a Carlos Ubirací Francisco da Silva, que foi julgado em 12 de março e condenado a dois anos e dois meses de prisão. No entanto, ele já está preso há um ano e oito meses, o que o qualifica para o benefício.
Pedido de liberdade de Flordelis foi negado no STJ
Carlos foi absolvido do envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, marido de uma ex-deputada e também pastor, mas condenado por associação criminosa armada. No julgamento, o filho afetado de Flordelis acusou sua mãe da morte do pastor pela primeira vez. A Sexta Turma do Supremo Tribunal Federal (STJ) decidiu nesta terça-feira (26) manter a prisão preventiva do ex-deputado federal.
Os ministros consideraram retirar a defesa de Flordelis buscando revogar a prisão. Os advogados argumentam que seu julgamento perante um juiz do Rio está repleto de vícios processuais, que há restrições à ampla defesa e que não há elementos que justifiquem uma prisão.
O relator do caso, ministro Antônio Saldanha Palheiro, disse que a prisão preventiva se justifica, lembrando que a prisão foi decretada após o descumprimento de diversas medidas restritivas, como a proibição de conversar com outros suspeitos e monitoramento eletrônico, e após indicações tentativas de interferir na investigação. No dia 14, juízes cariocas sentenciaram quatro acusados de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo.
‘Associação criminosa’
Saldanha Palheiro disse que Flordelis é identificada como mentora e comandante da suposta organização criminosa e que o seu domínio sobre o grupo é inegável. “Há fortes indícios de que o réu tentou interferir no processo antes de apresentar a queixa.”
Flordelis foi preso em agosto de 2021, dias depois de ser cassado pela câmara. A ex-deputada é acusada de ordenar a morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, que foi baleado em 2019 em Niterói (RJ). Em duas semanas, Flordelis deve ser apresentada a um júri popular.