FMI prevê crescimento do Brasil abaixo da média mundial

De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), o Brasil terá um crescimento econômico abaixo da média mundial nos próximos anos. O relatório divulgado pelo órgão aponta que o país deve crescer 1,5% em 2023, enquanto a previsão para a média global é de 4,4%.

Além disso, o FMI alerta para a necessidade de reformas desenvolvidas no Brasil, principalmente na área fiscal e na redução da desigualdade social, para sustentar o crescimento econômico no longo prazo. O relatório também destaca a importância de investimentos em infraestrutura e tecnologia para aumentar a produtividade e a competitividade do país.

A economia brasileira deverá crescer 0,9% em 2023, novamente abaixo da média mundial e da média dos países da América Latina e Caribe, segundo projeções divulgadas nesta terça-feira (11/4) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington. A projeção é menor que a do relatório anterior do FMI, de janeiro, quando se esperava crescimento de 1,2% no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, mas é semelhante ao que prevê o mercado brasileiro.

Nesta segunda-feira (10/04), o relatório Focus, do Banco Central do Brasil, feito a partir de pesquisa semanal com analistas de mercado, projetava crescimento de 0,91% para a economia brasileira em 2023. Segundo o relatório do FMI, denominado World Economic Outlook (“Perspectivas da Economia Mundial”), a média de crescimento mundial e dos países da América Latina e Caribe em 2023 será mais alta que a do Brasil, o que já havia ocorrido no ano passado.

O FMI também enfatizou a importância da continuidade das reformas já iniciadas no Brasil, como a reforma da Previdência, e a necessidade de medidas adicionais para melhorar o ambiente de negócios e aumentar a confiança dos investidores.

Além disso, o órgão destacou a importância de políticas sociais para a redução da desigualdade e a promoção da inclusão social, que conseguiram o aumento da produtividade e da estabilidade política e econômica.

O relatório do FMI reforça a importância de o país adotar medidas para proteger o crescimento econômico no curto e no longo prazo, com a adoção de reformas e investimentos em áreas-chave, como infraestrutura e tecnologia. 

Além disso, o relatório do FMI apontou que o Brasil ainda enfrenta desafios prolongados em relação à pandemia da Cøvid-19, que afetou severamente a economia do país. Embora o Brasil tenha avançado na vacinação da população, ainda há discussões sobre a evolução da pandemia e seus impactos na economia.

O FMI também destaca a necessidade de uma coordenação global mais forte para lidar com a crise econômica causada pela pandemia e garantir uma recuperação mais rápida e sustentável.

No entanto, apesar das previsões negativas do FMI para o Brasil, alguns economistas apontam para sinais de recuperação da economia, como a retomada da atividade industrial e o aumento das exportações. Além disso, o país possui potencialidades em áreas como agronegócio, energia renovável e tecnologia, que podem sustentar o crescimento econômico no futuro.

Para 2024, o FMI projeta crescimento de 1,5% para o Brasil, um pouco acima do esperado pelo Boletim Focus, que projeta avanço de 1,44% no ano que vem.

A economia mundial deverá crescer 3% no ano que vem, segundo o FMI, e a média da América Latina e Caribe deve avançar 2,2%. O relatório também projeta inflação de 5% neste ano no Brasil. Segundo os economistas do FMI, “a economia mundial volta a viver um momento de grande incerteza, com os efeitos cumulativos dos últimos três anos de choques adversos – principalmente a pandemia de covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia – manifestando-se de maneiras imprevistas”.

“Estimulada pela demanda reprimida, interrupções persistentes na oferta e picos nos preços das commodities, a inflação atingiu máximas de várias décadas no ano passado em muitas economias, levando os bancos centrais a apertar agressivamente para trazê-la de volta às suas metas e manter as expectativas de inflação ancoradas”, diz o relatório.  De acordo com o FMI, no início deste ano havia sinais de que a economia mundial “poderia alcançar uma aterrissagem suave, com a inflação caindo e o crescimento estável”.No entanto, isso mudou nos últimos meses, diante de inflação “persistentemente alta” em termos globais e das recentes turbulências no setor financeiro.

“Embora a inflação tenha diminuído à medida que os bancos centrais aumentaram as taxas de juros e os preços dos alimentos e da energia caíram, as pressões de preços subjacentes estão se mostrando difíceis, com os mercados de trabalho apertados em várias economias”, diz o documento. O relatório menciona as vulnerabilidades do setor bancário, que ficaram evidentes recentemente, e o temor de contágio em todo o setor financeiro. Cita também outras forças que moldaram a economia mundial no ano passado e devem permanecer este ano, apesar de mudanças de intensidade.

“Os níveis de dívida permanecem altos, limitando a capacidade dos formuladores de políticas fiscais de responder a novos desafios. Os preços das commodities, que subiram acentuadamente após a invasão da Ucrânia pela Rússia, diminuíram, mas a guerra continua e as tensões geopolíticas são altas”, diz o documento. Em relação à pandemia de covid-19, que teve grande impacto global nos últimos anos, o FMI diz que “as economias que foram duramente atingidas – principalmente a China – parecem estar se recuperando, diminuindo as interrupções na cadeia de suprimentos.”

No entanto, segundo o relatório, “não se prevê no momento que a economia mundial retorne no médio prazo às taxas de crescimento anteriores à pandemia”.

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