Cøvid-19: Rio tem a maior taxa de resultados positivos do país, segundo rede nacional de laboratórios

A procura por testes que detectem a infecção por Cøvid-19 vem apresentando alta nas redes pública e privada este mês. A prefeitura do Rio diz que o aumento foi de 73% na última semana em relação à anterior. A corrida para fazer o exame na rede de drogarias Venâncio também foi grande: crescimento de 474%, comparados os primeiros dez dias de outubro com o mesmo período de novembro, enquanto a venda de autotestes subiu 350%.

O que preocupa as autoridades de saúde é que a taxa de resultados positivos para a doença vem a reboque. O Estado do Rio aparece com o maior percentual de positividade do país, com 40,14%, nos exames feitos pela rede Dasa, que abrange laboratórios como Sérgio Franco, Lâmina e Bronstein. O número é referente ao período de 31 de outubro a 6 de novembro, em que a média nacional foi de 34%. Na semana anterior, o percentual estava em 32,47% no Rio.

Chegada de subvariante

Essa alta também foi registrada no grupo do qual fazem parte os laboratórios Labs A+, Lafe e Felippe Mattoso: a positividade no Estado do Rio saltou de 26,32% em 27 de outubro para 38,16% em 3 de novembro.

— Toda vez que a gente teve um pulo no número de casos e de positividade, como estamos tendo agora, isso estava refletindo a entrada de uma variante nova. Foi assim com a Ômicron, a BA.2, a BA.4 e a BA.5. Agora, a gente tem a mesma situação com a chegada da BQ.1, que é uma subvariante — explica Celso Granato, infectologista da Clínica Felippe Mattoso.

O Painel Rio Cøvid-19, da Secretaria municipal de Saúde, mostra que o número de testes feitos foi de 13.024 (de 30 de outubro a 5 de novembro) para 22.662 na semana imunológica que termina hoje. Nesse mesmo período, a taxa de positividade escalou de 24% para 30%.

— Nós tomamos as quatro doses da vacina, mas viemos ao posto por desencargo de consciência. Nosso neto pequeno está com tosse seca, precisamos ver a saúde para não contaminar outras pessoas — disse o aposentado Sérgio Dippolito, ao lado da mulher, Luciene Dippolito, ambos com 62 anos.

Juntos desde os “tempos do ginásio”, casados há 46 anos, eles agora vão ter que se afastar, pelo menos nos próximos dias, já que apenas o marido testou positivo, mesmo estando sem sintomas da doença.

— Agora é ficar isolado por cinco dias — lamentou Sérgio.

No Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, assim como o casal, a professora de Educação Física Alessandra da Costa, de 52 anos, decidiu tirar a dúvida na manhã de ontem. Mesmo sem contato com qualquer pessoa diagnosticada com Cøvid-19, ela apresentava sintomas:

— Estou resfriada, congestionada, com dores nas articulações. Na dúvida, estou aqui. Trabalho em três escolas, moro com duas idosas, estou me precavendo — afirmou a professora, que recebeu o resultado positivo. — Até hoje eu não tinha tido Cøvid. Não acredito em tratamento precoce. Não ter contraído a doença até aqui foi resultado da minha boa alimentação, da vacinação em dia e por eu me proteger — concluiu.

Cinthia Alves Moreira, responsável técnica da enfermagem do CMS Heitor Beltrão, observa que esta semana o posto tem realizado cerca de mil testes diariamente. Número alto assim só foi registrado no início de 2022, durante a onda da variante Ômicron, quando a média diária era de três mil.

A positividade segue acima dos 20% em Niterói, Nova Iguaçu e São Gonçalo, enquanto Duque de Caxias tem taxa de 12,03%, segundo as secretarias municipais de Saúde. Quanto à internação, a capital tem 107 pacientes, número bem superior aos das outras cidades. São Gonçalo e Caxias têm um cada, enquanto Niterói e Nova Iguaçu não registram casos.

Com o repique da doença, a população volta a atenção agora para a quinta dose da vacina (ou a terceira dose de reforço). A Subsecretaria estadual de Vigilância e Atenção Primária à Saúde enviou aos municípios nota técnica do Ministério da Saúde (MS), de 12 de agosto deste ano, sobre a aplicação dessa nova dose para pessoas imunocomprometidas com 18 anos ou mais. O documento recomenda intervalo de quatro meses após última aplicação.

Caxias, São Gonçalo e Nova Iguaçu anunciaram que seguem esta orientação. No Rio, a injeção é para os idosos e pessoas com comorbidades, mas só pode ser aplicada dez meses após a quarta dose; em Niterói, o intervalo exigido é o mesmo, mas é válido para toda a população. Mas, enquanto já há quem busque uma quinta dose, a capital, por exemplo, tem apenas 35,4% de sua população acima de 18 anos com o esquema vacinal completo.

Números devem subir

O Boletim Infogripe, da Fiocruz, divulgado ontem, também sinaliza para o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo para Cøvid-19. No Rio, os diagnósticos estão mais concentrados entre crianças, adolescentes e nos maiores de 60 anos.

— Inclusive é esperado que, nas próximas semanas, esses números se mostrem ainda maiores que os presentes na atualização desta semana — alerta Marcelo Gomes, coordenador do Infogripe.

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