Cláudio Castro abre canal com Lula em meio a crise com clã Bolsonaro

Cercado de aliados do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), abriu diálogo com o próximo governo. Ele é esperado em Brasília na primeira semana de dezembro para se encontrar com Lula, em meio à implosão da crise com Bolsonaro no comando do Sebrae Fluminense.

Castro e Lula já se falaram por telefone na semana passada. No contato, o governador deixou claro que pretende seguir com o PT, apesar de ser do mesmo partido de Bolsonaro. Questões econômicas como a arrecadação do ICMS foram rapidamente discutidas e Castro lembrou que seus principais aliados eram o PT André Ceciliano, escolhido por Lula para a transição de governo, o prefeito Belford Roxo, Wagner dos Santos (União), Waguinho que liderou a campanha do PT em Baixada e seu chefe de gabinete, Rodrigo Abel, que é do PT.

Na mesma semana em que Castro decidiu abrir um diálogo com Lula, outro movimento chamou a atenção: dos Estados Unidos, onde está de férias com a família, aproveitou a reunião do comitê de Bolsonaro no Palácio Guanabara na última quinta-feira. – feira e fiz uma videochamada.

Aos presentes, ele definiu a interferência do senador Flávio Bolsonaro no processo de escolha do novo diretor-superintendente do Sebrae como “o cartão do seu chefe”, segundo alguns dos presentes. Flávio e o ministro da Economia, Paulo Guedes, interviriam para que Antônio Alvarenga Neto fosse reeleito para o cargo, quebrando um acordo feito por Castro antes da viagem de que deveria ser eleito um cargo federal. representante de Vinícius Farah (União).

Já existe o temor entre os Bolsonaros de que os cargos reservados nos mais altos escalões do governo do Rio de Janeiro não sejam concedidos. Por exemplo, a secretaria de esportes, que o grupo assumiu, é motivo de dúvida no momento. Castro, reeleito no primeiro turno, não teria dificuldade em encontrar um novo partido se a falta de diálogo com a família Bolsonaro implicasse em problemas com a direção do PL. Nos bastidores da festa, o governador do Rio é visto como figura central, e os porta-vozes do presidente do partido, Valdemar da Costa Neta, já trabalham para acalmar o mal-estar.

Apesar de fazer campanha e solicitar votos para Bolsonaro, Castro sempre desconfiou da possibilidade da eleição de Lula e, por isso, tomou algumas precauções. Em comícios no Rio, o governador entrou em conflito com o traje verde e amarelo dos demais presentes. Sempre em trajes formais, ele se posicionou como governador e não como “mais um Bolsonaro” no topo do pódio. Em mensagem enviada a Lula durante um telefonema na semana passada, ele deixou claro que não teria indisposições com o futuro governo.

Departamento do governo

Castro, cercado de pessoas próximas ao PT, deve reservar cargos no governo para o grupo para não perder esta entrevista. Embora André Ceciliano tenha perdido a disputa pelo Senado e deixado a Presidência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), ele terá uma vaga na próxima gestão com direito a ser indicado ao cargo de secretário. Próximo a Lula, também é possível que Ceciliano assuma o cargo no próximo mandato do governo federal.

Waguinho, que além de prefeito de Belford Roxo, segue como presidente da diretoria da União Brasil no Rio de Janeiro, terá direito de indicar nomes para pelo menos duas pastas, incluindo a cobiçada secretaria de ciência e tecnologia. O ex-presidente Nacional da Juventude do PT, Rodrigo Abel, é o favorito para ser indicado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) este ano. De acordo com o contrato assinado, a vaga será preenchida por um órgão executivo selecionado. Próximo à ala mais antiga do PT, Abel é percebido como um nome capaz de articular alianças e manter bons contatos com a Presidência da República.

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