O que é um “amor perfeito”? Ao se depararem com essa pergunta durante entrevista coletiva feita com elenco, autores e diretores da nova novela das 18h da Rede Globo,a equipe de Amor Perfeito demora para responder e traz conclusões distintas.
De reflexões sobre relações nos quilombos, vividas por Mestre Ivamar, ao “amor pelo próximo”, apontado por Paulo Gorgulho, é Thiago Lacerda, o vilão da trama, quem dá a cartada final. “Uma novela sobre amores imperfeitos ainda seria sobre o amor”, diz.
O desafio de retratar amores perfeitos em um Brasil imperfeito caiu nas mãos de Duca Rachid, Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr. Duca e Júlio, que trabalham juntos desde o Sítio do Pica-Pau Amarelo, se uniram a Elísio, roteirista do filme Medida Provisória, de Lázaro Ramos, para criar uma novela de época com temas atuais.
Amor Perfeito também entra em um tema pouco visto em outras novelas de época: a homofobia. Érico Requião, personagem de Carmo Dalla Vecchia, é homossᕮxual. O ator, que é casado há 17 anos com o autor João Emanuel Carneiro, fala sobre a importância da representação.
Carmo ainda cita que a novela pode servir para que as pessoas reflitam sobre as origens da homofobia. “Facilita para as pessoas não terem esse preconceito disfarçado de moralidade, de religiosidade ou de ética”, pontua.
Maternidades costuram trama de Amor Perfeito
O machismo também é centro das discussões de Amor Perfeito. A novela aposta no retrato de diferentes maternidades e diferentes estilos de vida para refletir o modo como a sociedade brasileira sempre se relacionou com as mulheres.
A protagonista, Marê, é uma das que mais enfrenta as consequências do machismo na época. Ela descobriu uma gravidez indesejada, fora do casamento, enquanto estava na prisão. Marcelino foi separado da mãe por Gilda, vivida por Mariana Ximenes.
Verônica, interpretada por Ana Cecília Costa, vive uma família formada apenas por ela e pelo filho, Júlio, personagem de Daniel Rangel. Amante do prefeito Anselmo, vivido por Paulo Betti, ela não tem medo de expressar sua sᕮxualidade.
Já Lívia, de Lucy Ramos, tem o sonho de construir uma família gigante. Ela, porém, não consegue engravidar e vê o início da realização do sonho com a adoção. Lívia passa a ser vítima do marido, que a responsabiliza pela dificuldade em ter filhos. “São três histórias completamente diferentes relacionadas ao que é ser mãe”, diz ela.