Ricardo de Moura Pereira
Análise descobriu, no entanto, que contra sintomas graves, a taxa de proteção se manteve um mês e meio após aplicação
Um novo estudo publicado nesta quarta-feira (6) no New England Journal of Medicine constatou que o nível de proteção da quarta dose da vacina Cøvid-19 da Pfizer diminui após um mês (quatro semanas) de administração.
No entanto, o grau de proteção contra sintomas graves foi mantido por um mês e meio após a aplicação.
Usando o banco de dados do Ministério da Saúde de Israel, os pesquisadores obtiveram informações de mais de 1,2 milhão de pessoas com 60 anos ou mais que eram elegíveis para a quarta dose durante o período em que a variante Ômicron (B. 1.1.529) do SARS-CoV-2 foi prevalente no país entre 10 de janeiro e 2 de março de 2022.
Eles escreveram que “as taxas de infecções confirmadas por SARS-CoV-2 e graves de Cøvid-19 foram menores após a quarta dose da vacina da Pfizer do que após apenas três doses. A proteção contra infecções confirmadas pareceu ser de curta duração, enquanto a proteção contra doenças graves não diminuiu durante o período do estudo.’
No Brasil, o Ministério da Saúde recomendou uma 2ª dose de reforço contra a Cøvid-19 para idosos acima de 80 anos. A quarta dose deve ser tomada quatro meses após a primeira. A orientação é que o segundo reforço seja melhor feito com a Pfizer.
Os Estados Unidos também listaram uma quarta dose, mas a recomendação é para pessoas com 50 anos ou mais.
Outro estudo publicado pelo Sheba Medical Center de Israel já descobriu que a quarta dose eleva os anticorpos a níveis ainda mais altos do que a terceira, mas “provavelmente” não seria suficiente para afastar o Omicron altamente transmissível.
O diretor-geral do Ministério da Saúde, Nachman Ash, descreveu as descobertas como “até certo ponto não surpreendentes” porque a infecção por Omicron foi detectada em algumas pessoas após receberem a quarta dose.
Mas “a proteção contra doenças graves, particularmente em idosos e populações de risco, ainda é fornecida por esta vacina (dose) e é por isso que exorto as pessoas a se vacinarem”, disse ele à Rádio do Exército.